sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Tanger (Marrocos): estudante saharaui morre devido a negligencia médica após ter sido espancado na cabeça


O movimento de estudantes saharauis acompanha com grande preocupação os acontecimentos que se seguiram ao assassinato político do dirigente estudantil saharaui Issam Lusfi, assassinado na cidade de Tânger, em Marrocos. Issam Lusfi, nascido na cidade de Assa a 27 de junho de 1991, formou-se em direito público pela Universidade de Cadi Ayyad em Marraquexe em 2014 e tinha tirado o mestrado em Direito Constitucional e Ciências Políticas pela Universidade Ibn Zahr de Agadir em 2017. O assassinato ocorreu quando ele se encontrava na cidade marroquina de Tânger para concluir os procedimentos para a sua inscrição nos estudos de doutoramento.
A sua carreira académica está marcada por testemunhos de boa disciplina e excelentes resultados académicos na Universidade Ibn Zohr. Era conhecido pelas suas posições em defesa dos princípios do direito à autodeterminação do povo saharaui.
O estudante saharaui Issam Lusfi havia chegado à cidade marroquina de Tânger, após ter passado o exame de acesso e aptidão. Foi espancado e ferido na cabeça durante um confronto entre estudantes saharauis e marroquinos perto do campus universitário de Bukhalef em Tânger. Viria a ser transferido para o hospital Mohammed V em Tânger consciente e na posse de todas as faculdades.
No tratamento médico realizado, não foram realizadas radiografias ou eletroencefalogramas, apesar de ter sofrido lesões e golpes na cabeça. E depois de lhe ter sido dado alta, retornou à residência universitária à noite. Seus companheiros, percebendo que ele não acordou, descobriram que estava inconsciente, tendi sido levado ao mesmo hospital para ser tratado.
Após um longo período de espera e falta de atenção por parte da equipe médica do hospital, foi internado em terapia intensiva com um diagnóstico médico de hemorragia interna do cérebro. O director do hospital perguntou aos médicos e ao especialista porque razão não lhe foram realizados exames radiológicos na noite do incidente. O procedimento demonstra a falta de atenção médica deliberada em relação ao estudante saharaui Issam Lusfi.
Fonte: Mujeres Saharauis, UNMS. Comunicado dos estudantes saharauis nos Territorios Ocupados e nas universidades marroquinas; 7 de janeiro de 2019



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