O
movimento de estudantes saharauis acompanha com grande preocupação
os acontecimentos que se seguiram ao assassinato político do
dirigente estudantil saharaui Issam Lusfi, assassinado na cidade de
Tânger, em Marrocos. Issam Lusfi, nascido na cidade de Assa a 27 de
junho de 1991, formou-se em direito público pela Universidade de
Cadi Ayyad em Marraquexe em 2014 e tinha tirado o mestrado em Direito
Constitucional e Ciências Políticas pela Universidade Ibn Zahr de
Agadir em 2017. O assassinato ocorreu quando ele se encontrava na
cidade marroquina de Tânger para concluir os procedimentos para a
sua inscrição nos estudos de doutoramento.
A
sua carreira académica está marcada por testemunhos de boa
disciplina e excelentes resultados académicos na Universidade Ibn
Zohr. Era conhecido pelas suas posições em defesa dos princípios
do direito à autodeterminação do povo saharaui.
O
estudante saharaui Issam Lusfi havia chegado à cidade marroquina de
Tânger, após ter passado o exame de acesso e aptidão. Foi
espancado e ferido na cabeça durante um confronto entre estudantes
saharauis e marroquinos perto do campus universitário de Bukhalef
em Tânger. Viria a ser transferido para o hospital Mohammed V em
Tânger consciente e na posse de todas as faculdades.
No
tratamento médico realizado, não foram realizadas radiografias ou
eletroencefalogramas, apesar de ter sofrido lesões e golpes na
cabeça. E depois de lhe ter sido dado alta, retornou à residência
universitária à noite. Seus companheiros, percebendo que ele não
acordou, descobriram que estava inconsciente, tendi sido levado ao
mesmo hospital para ser tratado.
Após
um longo período de espera e falta de atenção por parte da equipe
médica do hospital, foi internado em terapia intensiva com um
diagnóstico médico de hemorragia interna do cérebro. O director do
hospital perguntou aos médicos e ao especialista porque razão não
lhe foram realizados exames radiológicos na noite do incidente. O
procedimento demonstra a falta de atenção médica deliberada em
relação ao estudante saharaui Issam Lusfi.
Fonte: Mujeres Saharauis, UNMS. Comunicado dos estudantes saharauis nos Territorios Ocupados e nas universidades marroquinas; 7 de janeiro de 2019
Sem comentários:
Enviar um comentário