terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Venezuela e Sahara Ocidental: Eurodeputados expulsos

 A 27 de fevereiro DE 2017, as autoridades do reino aluita impediram os deputados europeus Paloma López, Josu Juaristi, Lidia Senra, Jytte Guteland e Bodil Valero de sair do avião em que chegavam a El Aaíun – capital do Sahara Ocidental ocupado por Marrocos PÚBLICO / TWITTER


Dois pesos duas medidas. O tema analisado por Rafael Román – Professor universitário, membro do PSOE, ex-Conselheiros da Cultura e ex-Presidente da Assembleia Municipal de Cádiz, nas páginas do Andalucía Información.


Fonte: Andalucía Información / Por Rafael Román – Professor universitário, membro do PSOE, ex-Conselheiros da Cultura e ex-Presidente da Assembleia Municipal de Cádiz

Quando não deixam entrar um grupo de eurodeputados de esquerda em Marrocos, os eurodeputados do grupo Popular ficam calados.
Agora que as eleições europeias se aproximam, as viagens dos eurodeputados voltam a ser notícia. Agora a que está na ordem do dia é Caracas, no ano passado foi Israel e antes Marrocos ou Cuba. Há uma longa distância entre Caracas e El-Aaiún, entre as capitais do Sahara Ocidental e da Venezuela, há 5897 quilómetros, mas eventos semelhantes ocorreram em pouco tempo.
A cobertura mediática é, no entanto, muito diferente. Parlamentares do Partido Popular Europeu e do grupo da Esquerda Unitária Europeia / Esquerda Nórdica Verde sofreram as mesmas consequências nas suas viagens de inspeção ou como observadores internacionais. Ambos os grupos do Parlamento Europeu foram expulsos, sem os terem deixado que falassem, num caso, com Juan Guaidó, presidente da Venezuela para cerca de cinquenta países, mas sem poder efectivo, e, no outro, para analisar a situação dos Saharauis e investigar o cumprimento das convenções sobre direitos humanos nos territórios saharauis, administradas por Marrocos mas, na prática, anexados pelo Reino de Marrocos.
O grupo liderado por González Pons - com grande alarde dos media - exigiu que se acabe com o grupo de contacto (conhecido como grupo de Lima), que procura uma negociação pacífica para o fim do actual regime venezuelano, não reconhecendo a Assembleia Constituinte criada por Nicolás Maduro como resposta à Assembleia legal e exigindo a libertação de presos políticos, eleições livres e a entrada de ajuda humanitária. Também exigiu que os embaixadores de Maduro nos países da União Europeia fossem expulsos.
Os eurodeputados da esquerda e verdes queixam-se amargamente de que, quando não deixam um grupo de eurodeputados da esquerda entrar em Marrocos os eurodeputados do grupo popular calam-se. "É curiosa a sua dupla moral", dizem. Algo semelhante acontece com os presos políticos marroquinos presos, bem como com a salvaguarda dos direitos humanos.
"Dupla bitola de medição" protesta também o escritor e jornalista Ignacio Cembrero em relação ao Governo (de Espanha). Uma delegação de deputados do Parlamento Europeu no ano passado também denunciou Israel: "Negar o acesso do Parlamento Europeu a Gaza tornou-se sistemático. É arbitrário e inaceitável", denunciou o chefe da delegação que visitava Israel e que as autoridades impediram de entrar em Gaza para avaliar a assistência humanitária prestada pela União Europeia. Com Cuba também ocorreram incidentes dessa natureza. O que está acontecendo na Venezuela não é um caso isolado, é uma epidemia.


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