Dois
pesos duas medidas. O tema analisado por Rafael Román – Professor
universitário, membro do PSOE, ex-Conselheiros da Cultura e
ex-Presidente da Assembleia Municipal de Cádiz, nas páginas do
Andalucía Información.
Fonte:
Andalucía Información / Por Rafael Román – Professor
universitário, membro do PSOE, ex-Conselheiros da Cultura e
ex-Presidente da Assembleia Municipal de Cádiz
Quando
não deixam entrar um grupo de eurodeputados de esquerda em Marrocos,
os eurodeputados do grupo Popular ficam calados.
Agora
que as eleições europeias se aproximam, as viagens dos
eurodeputados voltam a ser notícia. Agora a que está na ordem do
dia é Caracas, no ano passado foi Israel e antes Marrocos ou Cuba.
Há uma longa distância entre Caracas e El-Aaiún, entre as capitais
do Sahara Ocidental e da Venezuela, há 5897 quilómetros, mas
eventos semelhantes ocorreram em pouco tempo.
A
cobertura mediática é, no entanto, muito diferente. Parlamentares
do Partido Popular Europeu e do grupo da Esquerda Unitária Europeia
/ Esquerda Nórdica Verde sofreram as mesmas consequências nas suas
viagens de inspeção ou como observadores internacionais. Ambos os
grupos do Parlamento Europeu foram expulsos, sem os terem deixado que
falassem, num caso, com Juan Guaidó, presidente da Venezuela para
cerca de cinquenta países, mas sem poder efectivo, e, no outro, para
analisar a situação dos Saharauis e investigar o cumprimento das
convenções sobre direitos humanos nos territórios saharauis,
administradas por Marrocos mas, na prática, anexados pelo Reino de
Marrocos.
O
grupo liderado por González Pons - com grande alarde dos media -
exigiu que se acabe com o grupo de contacto (conhecido como grupo de
Lima), que procura uma negociação pacífica para o fim do actual
regime venezuelano, não reconhecendo a Assembleia Constituinte
criada por Nicolás Maduro como resposta à Assembleia legal e
exigindo a libertação de presos políticos, eleições livres e a
entrada de ajuda humanitária. Também exigiu que os embaixadores de
Maduro nos países da União Europeia fossem expulsos.
Os
eurodeputados da esquerda e verdes queixam-se amargamente de que,
quando não deixam um grupo de eurodeputados da esquerda entrar em
Marrocos os eurodeputados do grupo popular calam-se. "É curiosa
a sua dupla moral", dizem. Algo semelhante acontece com os
presos políticos marroquinos presos, bem como com a salvaguarda dos
direitos humanos.
"Dupla
bitola de medição" protesta também o escritor e jornalista
Ignacio Cembrero em relação ao Governo (de Espanha). Uma delegação
de deputados do Parlamento Europeu no ano passado também denunciou
Israel: "Negar o acesso do Parlamento Europeu a Gaza tornou-se
sistemático. É arbitrário e inaceitável", denunciou o chefe
da delegação que visitava Israel e que as autoridades impediram de
entrar em Gaza para avaliar a assistência humanitária prestada pela
União Europeia. Com Cuba também ocorreram incidentes dessa
natureza. O que está acontecendo na Venezuela não é um caso
isolado, é uma epidemia.
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