Periodistas
em español - por
Jesús Cabaleiro Larrán -26/12/2019 - A breve presença de dois
observadores militares da Missão
das
Nações
Unidas
para o Referendo
no
Sahara
Ocidental (MINURSO)
no
15º
Congresso
da Frente POLISARIO,
que
se realizou na localidade saharaui
de Tifariti, motivou
a necessidade
de uma
explicação
por
parte das Nações
Unidas
na
sequência de ataques desfechados a partir de Marrocos ,
que chegou
a
qualificá-lo
de “escândalo”.
Esta
presença “não
implica nenhuma
posição
política”
da
MINURSO
que
continua a ser “estritamente
imparcial no
desempenho
do seu
mandato”,
declarou
o porta-voz do
secretário-geral
da ONU, Stéphane Dujarric.
“A
19 de dezembro,
como parte
do
seu trabalho regular
de
apoio ao mandato
da MINURSO na situação
do Sahara,
dois
observadores militares das
Nações
Unidas
sediados
em Tifariti
decidiram
visitar o Congresso
da Frente Polisario” acrescentando
que
os dois elementos regressaram
«pouco depois» à
sua
sede.
Esta
presença
motivou
o protesto
de Marrocos que se serviu
das imagens
divulgadas
pela televisão
saharaui
onde um
dos elementos
da
MINURSO
—
uma
mulher, o outro elemento era do sexo masculino —
“aparecia relaxada e com
um sorriso
muito cúmplice”
segundo
Rabat,
o que,
pelos
visto,
não
pode admitir.
Antes,
já as autoridades marroquinas haviam manifestado
mal-estar
pelo
facto de o Congresso
se
realizar em território
saharaui e não
nos
acampamentos
de Tindouf,
na Argélia. A ONU, contudo,
não
se
pronunciou
de
maneira formal em
relação ao protesto.
Importa
não esquecer
a
tradicional hostilidade
de Marrocos em
relação à MINURSO,
que viu serem expulsos de forma maciça 83
dos
seus membros
por parte de Rabat em
março de 2016,
algo sem
precedentes
noutras
missões de paz.
A
MINURSO
tem também relatado
de forma constante que
a maioria das violações
do
Acordo
Militar Número 1 (firmado em
1991 entre
as duas
partes beligerantes,
Marrocos e Polisario, como parte do
cessar-fogo)
são
da responsabilidade
de Marrocos.
No
Congresso,
Brahim Gali foi
reeleito
secretário-geral da Frente POLISARIO
com
86
%, o
que
correspondeu a 1808
votos, segundo
o resultado da
votação
realizada
no
dia 24,
terça-feira,
sexto
dia do
Congresso,
que se prolongou
para
além das datas anunciadas
“para garantir a transparência
e credibilidade
da votação”.
Também
foi criado um intergrupo
no
Parlamento
Europeu (PE) para defender a causa saharaui, segundo
revelou o
ministro delegado saharaui para a
Europa,
Mohamed Sidati. Um
total de 120 eurodeputados de sete grupos com
representação no Parlamento Europeu
formaram
oficialmente no passado dia 16 de dezembro um
grupo
para defender a causa saharaui, e outras
questões com ela relacionadas, como
as resoluções
do
Tribunal
de Justiça da Uniãi
Europeia
(TJUE), e simultaneamente
trabalhar
para o envolvimento da União
Europeia
«no
processo
para que
seja encontrada
uma
solução
política
pacífica e justa para
o problema
do Sahara Ocidental».
Há
já um número significativo de países que contam nos seus
Parlamentos
com
grupos
de solidariedade
com
o Sahara,
casos
da Finlândia
e do
Japão
muito recentemente.
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