Bojador. - 25/1/2021 - ECSaharaui. - Sultana Jaya e sua família têm sofrido espancamentos e tortura psicológica desde que ela voltou para sua cidade natal. As forças de repressão exercem um cerco policial por meio de barreiras humanas que bloqueiam a entrada. Também impedem o acesso de visitantes, alguns deles também são maltratados.
Desde 19 de novembro, Sultana Jaya, uma ativista saharaui dos direitos humanos, sofre perseguições inennaráveis assim que regressou de Espanha. Desde então a sua casa, na cidade de Bojador, é alvo de um cerco policial imposto por gendarmes marroquinos. A sua mãe de 84 anos, que mora com ela, também sofre injustamente. Nestes 67 dias de prisão domiciliar forçada, Jaya relatou três agressões em que foi espancada na cabeça até sangrar, a sua mão direita foi fraturada e seu olho foi danificado (recorde-se que há anos, ainda jovem e estudante, a militante saharaui ficou cega de um olho em virtude maus-tratos policiais). Uma barreira policial que impede a entrada de visitantes e controla as saídas está omnipresente 24 horas por dia. Durante estes 67 dias, Sultana Jaya, a sua irmã e a sua mãe sofreram a repressão marroquina exclusivamente por causa de seu pensamento político e atividade militante. Jaya é uma mártir do livre pensamento e da resistência pacífica à ocupação. Não consta que a Cruz Vermelha Internacional ou o Comissariado da ONU dos DDHH tenham intervido seriamente para a proteger e à sua família.
Neste sábado, ela e sua irmã foram vítimas de um novo ataque. Apesar das intimidações e torturas físicas e verbais, Jaya afirma que isso não as impedirá de continuar lutando ou mudar de posição.
Em entrevista à Equipe Média (um coletivo de jornalistas saharauis que resistem nos territórios ocupados), Jaya disse que as forças de ocupação reforçaram a presença e o cerco à casa da sua família após terem expulsado os ativistas que as acompanhavam, destacando que o silêncio das Nações Unidas sobre o que os saharauis que estão expostos num país sob a sua jurisdição e responsabilidade incentivará a ocupação e os seus funcionários a cometerem mais crimes contra os saharauis.
Neste contexto, Jaya denunciou que as autoridades marroquinas detiveram a ativista saharaui Fakka, que esteve seis horas no posto de observação a norte de Bojador, sendo maltratada e intimidada com o cumprimento de penas de prisão severas por crimes inventados e / ou fabricados.
Jaya perdeu o olho direito numa agressão da polícia marroquina em 2006 (quando ainda estudava em Marrocos), porém e apesar das intimidações e torturas físicas e verbais, ela afirma que isso não a impedirá de continuar lutando ou mudar de posição, demonstrando coragem e testemunho chocantes de força baseada na luta pacífica e resistência contra a desproporcionada violência marroquina .
A Instância Saharaui contra a Ocupação Marroquina (ISACOM) pede às Nações Unidas e ao Comité Internacional da Cruz Vermelha que intervenha urgentemente para proteger os civis saharauis dos territórios ocupados face às forças repressivas marroquinas, que respondem com selváticas agressões às pacíficas atitudes e posições das vítimas. A desproporcionalidade da violência física consuma-se perante uma impunidade odiosa.
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