Mohamed Abbadi, líder do Al Adl Wal Ihsane (Movimento Justiça e Espiritualidade) |
Al Adl Wal Ihsane (Movimento Justiça e Espiritualidade), o maior partido islâmico não reconhecido pelo regime de Marrocos, condenou a normalização das relações com o Estado de Israel e o facto destas se fazerem a troco da questão do Sahara Ocidental.
“A tiranía e a debilidade do regime em Marrocos levou a que trocasse a normalização com Israel pela questão saharaui, que se encontra nas mãos das Nações Unidas” afirmou o responsável pelas relações exteriores do movimento.
“O regime marroquino sente certa debilidade no tocante ao Sahara Ocidental, assim como a nível regional, o que o levou a procurar a proteção de forças externas”, afirmou Mohamed Hamdaui. “A proclamação do presidente cessante dos Estados Unidos não tem valor pelo facto de expirar o seu mandato e porque o dossiê do Sahara Ocidental é tratado pelas Nações Unidas”.
“A corrupção do regime marroquino e a sua expoliação dos recursos financeiros do povo marroquino levou-o a que buscasse a proteção da entidade sionista”, acrescentou Hamdaui.
Para o movimento, a intromissão da entidade sionista na zona “incrementará a tensão com os países da vizinhança”.
“Em vez do diálogo com os países viziinhos, o regime marroquino optou pela normalização com Israel que desestabilizará a zona e o continente africano”, concluiu o responsável pelas relações exteriores do Justiça e Espiritualidade.
Já dias antes, o líder o movimento, Mohamed Abbadi, em declarações ao canal Arabi21 pedia a queda do regime monárquico em Marrocos
“Trabalhamos para reformar as condições políticas e sociais, e achamos que não há possibilidade para issso sem reformar o sistema de gestão, já que o Estado monopoliza todos os âmbitos e interfere em todos os assuntos e afeta inclusive as instituições de socialização, como a família, a mesquita, a escola e os meios de comunicação”, afirmou o líder do movimento Justiça e Espiritualidade.
Mohamed Abadi afirmou ainda que “a decisão de normalização com Israel é da instituição monárquica, que é a principal responsável desta grave decisão. As instituições fictícias como a Presidência do Governo e as denominadas instituições eleitas, encarregar-se-ão de justificar a aproximação à entidade sionista”.
A onda de normalização na região é parte importante do plano de liquidar a causa palestiniana dentro do que é conhecido como ‘Deal of the Century’ e, por sua vez, faz parte do redesenho do Oriente Médio e do resto da região de um uma forma que sirva os interesses das potências com influência internacional e dos regimes árabes dominantes a nível local e regional ”, destacou o líder do movimento de oposição marroquino.
Por último, o líder religioso defendeu que a reforma em Marrocos começa com a democratização do sistema e o derrube do regime monárquico que impede a participação política do povo marroquino.
Al Adl Wal Ihsane (Movimento Justiça e Espiritualidade) foi criado em 1973 par Abdessalam Yassine, o qual veio a falecer em dezembro de 2012. Analistas consideram o movimento a maior organização islâmica do país, facto que a leva a ser toleradamente vigiada pelo regime. Embora se tenha abstido de entrar no jogo eleitoral tolerado, a sua influência advem-lhe também de uma forte presença assistencialista aos pobres, viúvas e necessitados.
Fontes: Ecsaharaui,Elportaldiplomatico
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