sábado, 6 de fevereiro de 2021

34ª Cimeira da União Africana (UA) aborda a questão Sahara Ocidental

 


Decorre este fim-de-semana a 34.º Cimeira da União Africana. A reunião magna da organização panafricana tem lugar através de videoconferência dado o estado atual de perigosidade da pandemia da covid-19. O Sahara Ocidental será um dos temas fortes da cimeira.


Os dirigentes saharauis têm referido que o debate sobre a a questão nesta cimeira “será sério e construtivo, especialmente depois da recomenção da XIV Cimeira Africana Extraordinária que pediu ao Conselho de Paz e Segurança da UA (PSC) que desempenhe o seu papel na solução desta questão”.

"O debate sobre a questão saharaui nessa cimeira africana agendada para sábado será construtivo, especialmente após a recomendação da XIV Cimeira Africana Extraordinária em que o Conselho de Paz e Segurança da UA (CPS) foi convidado a desempenhar o seu papel na resolução deste problema e reavivar o papel da Troika ", disse Nana Rashid assessora do presidente da República Árabe Saharaui Democrática, país que integra a lista de mebros fundadores da UA.

 

Cyril Ramaphosa dá lugar a Felix Tshisekedi

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, empenhado defensor da autodeterminação e independência do Sahara Ocidental, que presididiu à organização em 2020, deverá dar lugar ao seu homólogo Felix Tshisekedi, presidente da República Democrática do Congo, o qual tem manifestado alinhar declaradamenre com as teses expansionistas marroquinas.

A cimeira reune 55 chefes de Estado e de Governo, desta vez online, na qual Cyril Ramaphosa apresenta um relatório sobre a organização no último ano e, em particular, o progresso no combate à pandemia.

 

Uma manobra de Marrocos derrotada em vésperas da cimeira

Em vésperas da cimeira, o Conselho Executivo dos Ministros dos Negócios Estrangeiros da UA rejeitou uma tentativa do regime marroquino, no âmbito do Comité Técnico Especializado para as Infraestruturas Transcontinentais e Interregionais, de levar a cabo projetos marroquinos prejudiciais à soberania da RASD, como as fibras ópticas e a malha energética. Não que essas infraestruturas não sejam necessárias ao desenvolvimento africano, mas porque Marrocos não tem autoridade ou legitimidade para o fazer.

A oposição a estes projectos e "o fracasso de Marrocos em usar a UA para consagrar a sua política de ocupação do Sahara Ocidental como um facto consumado constituem outro revés que se junta às sucessivas derrotas sofridas por Marrocos nas suas vãs e desesperadas tentativas de enganar a comunidade o internacional, para impor seu domínio sobre o Sahara Ocidental e saquear a sua riqueza ", afirmou o atual embaixador saharaui na Argélia Abdelkader Taleb Omar.

O dirigente saharaui, que já desempenhou cargos da maior importância nas instituições da RASD, desde presidente da Assembleioa Nacional a primeiro-ministro, sublinhou em declarações à agência aps, o papel pioneiro do Conselho de Paz e Segurança da UA após a sua reapropriação da questão saharaui, para além da prevista reunião da Troika. Acrescentando: “Esperamos que os dirigentes africanos possam tomar, na sua 34ª cimeira, decisões que permitam conferir à UA um papel mais importante no seguimento da implementação destas decisões de forma permanente”, destacando o seu papel fundamental como Unida Nações parceiras na implementação do plano de paz da ONU.

O novo presidente dos EUA, Joe Biden, foi uma das personalidades que enviou uma mensagem à 34ª Cimeira da União Africana, cujos trabalhos decorrem até amanhã. Nela o presidente norte-americano compromete-se a fortalecer a parceria entre os Estados Unidos e a UA para fazer face aos desafios actuais.

 

Sem comentários:

Enviar um comentário