quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Cabildo da Gran Canária pede a imediata intervenção de Espanha e da ONU para por fim ao processo de descolonização do Sahara Ocidental

 


Ilhas Canárias (Espanha), 18 de fevereiro de 2021 (SPS) - O presidente do Cabildo de Gran Canaria, Antonio Morales, reclamou hoje ao Governo da Espanha e à comunidade internacional "que deixem de olhar para o outro lado" e façam cumprir o mandato da ONU para celebrar o referendo de autodeterminação do Sahara Ocidental para pôr fim à "submissão" que exerce Marrocos sobre o povo saharaui.

O cabildo de Gran Canária fez o seu apelo na cerimónia de inauguração da exposição sobre os dez anos do acampamento da dignidade de Gdeim Izik, exposta nas vitrines da sede do Cabildo até ao dia 4 de março. A exposição coincide com também com a comemoração dop 45.º aniversário da proclamação da RASD. Acompanhavam Antonio Morales o representante para a Espanha da Frente Polisário, Abdulah Arabi, e o conselheiro de Solidariedade Internacional da Gran Canária, Carmelo Ramírez.

O representante da Frente Polisario, nas palavras que proferiu, recordou, mais uma vez, que o povo saharaui optou pela via pacífica e deu como prova que aguardou 29 anos pela realização da consulta de independência, embora tenha lamentado e denunciado que a Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO, se tenha convertido num instrumento para “garantir” a ocupação ilegal do território, a expoliação dos recursos naturais e a violação dos direitos humanos por parte de Marrocos.

Carmelo Ramírez, criticou igualmente a inação internacional e, em especial, da Espanha face a este conflito que levou ao reatamento da luta armada entre a Frente Polisario e Marrocos a pouco mais de cem quilómetros das Canárias. Sublinhou que esta instabilidade se manterá enquanto o povo saharaui não alcançar a independência.

A exposição ‘Dez anos de Gdeim Izik: O acampamento da dignidade’ lembra, em texto e imagens, o estabelecimento de 8.000 jaimas (tendas tradicionais) a quinze quilómetros de El Aaiún onde 25.000 saharauis clamaram por libertade até que foram destroçados de maneira violenta pelo exército marroquino.

SPS

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