quarta-feira, 21 de julho de 2021

Espanha: CEAS-Sahara insta Madrid a assumir as suas responsabilidades históricas no Sahara Ocidental

 


MADRID - APS - A Coordenação Espanhola das Associações de Solidariedade com o Sahara Ocidental (CEAS-Sahara) instou o governo espanhol a assumir as suas responsabilidades históricas no Sahara Ocidental para pôr fim ao último processo de descolonização pendente no continente africano.

Numa carta enviada no início desta semana ao novo chefe da diplomacia espanhola, José Manuel Albares, a CEAS-Sahara pediu ao governo espanhol que assumisse a sua responsabilidade no Sahara Ocidental, com o qual "temos uma dívida pendente após o nosso abandono" em 1976.

Segundo a associação, o ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros José Manuel Albares e o governo espanhol "devem assumir uma nova política externa em relação ao Sahara Ocidental que inclua o respeito escrupuloso dos direitos humanos e da legalidade internacional para além de outros interesses e pressões que nunca deveriam ter minado a responsabilidade do Estado espanhol e a sua obrigação de pôr fim ao último processo de descolonização pendente no continente africano".

Neste contexto, a carta enviada pela CEAS-Sahara refere a "grave situação" que o "povo saharaui irmão" vive após o reinício das hostilidades a 13 de novembro, na sequência da "violação do cessar-fogo assinado entre Marrocos e a Frente Polisario pelo regime de ocupação marroquino".

Em relação ao plano de paz de 1991, a organização insiste no facto de que "a política marroquina de obstrução, que tem impedido por todos os meios o povo saharaui de exercer o seu reconhecido direito à autodeterminação, é bem conhecida.

A missiva passa também em revista a situação no Sahara Ocidental ocupado e recorda a "repressão brutal contra a população saharaui nos territórios ocupados" e a pilhagem dos seus recursos naturais.

A este respeito, a associação espanhola considera que, como primeiro passo para respeitar os direitos do povo saharaui, o novo ministro deve "congelar a exportação de quaisquer recursos naturais do Sahara Ocidental", recordando em particular que a justiça europeia já condenou esta prática.

A CEAS-Sahara afirma, além disso, que "o prestígio internacional do Estado espanhol está em jogo, porque a manutenção de posições vergonhosas afeta sempre toda a sociedade, assegurando que, "este doloroso conflito não resolvido envenena as relações entre vizinhos e atrasa o desenvolvimento de toda a região do Magrebe".

A associação recorda igualmente os laços históricos e culturais que unem os dois povos, saharaui e espanhol, mencionando especialmente o "apoio e solidariedade de uma grande parte da sociedade espanhola à justa luta pela liberdade e independência do povo saharaui".

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