quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Conselho de Segurança da ONU debateu questão do Sahara Ocidental




Realizou-se ontem uma sessão à porta fechada do Conselho de Segurança da ONU sobre o processo de descolonização do Sahara Ocidental, tendo em vista a tomada de decisão sobre a Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO) a aprovar em 31 de outubro próximo.

Segundo o último relatório do Secretário-Geral da ONU Antonio Guterres, a situação no Sahara Ocidental "deteriorou-se bruscamente" desde a quebra do cessar-fogo de 1991, há quase um ano. A "luta continua" e a "situação no terreno é pior do que antes", disse um diplomata à AFP, solicitando o anonimato.

Pouco antes do início da reunião, o embaixador do Quénia na ONU, Martin Kimani, disse aos repórteres que o seu país "tem opiniões e sentimentos fortes sobre o Sahara Ocidental". "Pensamos que é uma questão de independência", disse Kimani, um dos poucos representantes que concordou em falar sobre o assunto.

O Quénia, como o Vietname e o México - outros membros não permanentes do Conselho de Segurança - mantém relações diplomáticas com a República Árabe Saharaui Democrática.

Na mesma linha, a Irlanda, membro não permanente do CSNU, manifestou o seu apoio ao trabalho da MINURSO com vista à cessação das hostilidades entre a Frente Polisario e Marrocos e ao reatamento imediato das negociações para uma solução do conflito saharaui. A Irlanda insistiu na necessidade de facilitar o trabalho da MINURSO e de se apoiar o Enviado Pessoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental.

A Noruega, outro membro não permanente do CSNU, que também participou nas deliberações sobre o Sahara Ocidental, afirmou o seu apoio ao trabalho da MINURSO e à cessação da atividade armada "para alcançar uma solução que preveja o direito à autodeterminação do povo saharaui o mais rapidamente possível, mencionando também a proteção urgente dos direitos humanos nos territórios saharauis ocupados, à luz da repressão exercida pelo regime marroquino contra os civis saharauis.

Os membros do Conselho ouviram exposições do enviado especial e chefe de missão da MINURSO, o russo Alexander Ivanko recentemente empossado no cargo, e da Subsecretária-Geral para África nos Departamentos de Assuntos Políticos e de Operações de Paz e Construção da Paz (DPPA-DPO) Martha Ama Akyaa Pobee, também ela recém nomeada para esta função.

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