quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

EUA: Biden condiciona a ajuda militar a Marrocos


Loyd Austin III - Secretário de Estado da Defesa dos EUA


Western Sahara News – 30-12-2021 - O Presidente norte-americano Joe Biden assinou a Lei de Autorização da Defesa Nacional (NDAA) para o ano fiscal de 2022, que inclui uma restrição à ajuda militar e ao financiamento a Marrocos se o Reino não se comprometer a "procurar uma solução política mutuamente aceitável para o Sahara Ocidental", anunciou a Casa Branca.

A nova restrição faz parte do orçamento de defesa do Pentágono que ascende a 770 mil milhões de dólares.

Assim, o orçamento de defesa dos EUA para 2022 declara que os fundos disponibilizados ao abrigo desta lei não serão utilizados pelo Secretário da Defesa para apoiar a participação das forças marroquinas em exercícios multilaterais organizados pelo Pentágono, a menos que o Secretário da Defesa descubra, em consulta com o principal diplomata dos EUA, que Marrocos está empenhado na procura de uma solução política no Sahara Ocidental.

Embora o texto permita ao chefe do Pentágono renunciar a esta medida por considerações que devem estar ligadas aos interesses de segurança dos Estados Unidos, ele deve fazê-lo em consulta com as duas comissões de defesa do Congresso, apresentando uma decisão escrita que justifique a renúncia a esta disposição.

Esta limitação surge depois de "dezenas" de membros do Congresso terem apelado à administração Biden para revogar o reconhecimento do ex-presidente norte-americano Donald Trump da alegada soberania de Marrocos sobre o Sahara Ocidental.

O texto em questão representa uma evolução positiva na medida em que permite ao Congresso exercer a sua reserva relativamente a esta isenção, enquanto que numa versão anterior do projeto de orçamento, este poder era concedido ao Departamento de Estado.

Em Outubro, a Comissão de orçamento do Senado norte-americano aprovou também um projeto de lei que proíbe a utilização dos fundos de ajuda dos EUA atribuídos ao Sahara Ocidental para abrir um consulado na cidade saharaui ocupada de Dakhla, bloqueando uma das promessas do ex-presidente norte-americano Donald Trump a Marrocos.


Senado dos EUA


A disposição orçamental contrasta com a decisão de Donald Trump de reconhecer a chamada "soberania" de Marrocos sobre o Sahara Ocidental, e também reafirma a posição do Congresso dos EUA, especialmente do Senado, sobre este conflito.

O antigo ocupante da Casa Branca tinha prometido, na sequência do acordo de normalização entre Marrocos e a entidade sionista, a abertura de um consulado dos EUA na cidade ocupada de Dakhla.

A administração Biden comprometeu-se a "apoiar ativamente" os esforços do novo enviado pessoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental, Staffan de Mistura, para promover um futuro pacífico e próspero para o povo do Sahara Ocidental e da região.

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