A vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, manifestou esta tarde, num encontro com a ativista Sultana Khaya, nos Paços do Concelho, a solidariedade da autarquia para com o Sahara Ocidental, ocupado há 47 anos por Marrocos.
“Há princípios fundamentais dos quais nunca podemos abdicar e um deles é a autodeterminação dos povos. A causa que a Sultana Khaya representa é mais do que justa. Por isso, o município de Setúbal não podia deixar de a receber, divulgar o que se está a passar e solidarizar-se com o país.”
Paralelamente a esta iniciativa, a ativista reúne-se hoje e amanhã, na Assembleia da República, com os grupos parlamentares do PS e do PCP, com o deputado Fernando Negrão, da 1.ª Comissão Parlamentar Direitos, Liberdades e Garantias, e com o presidente da Comissão dos Negócios Estrangeiros, Sérgio Sousa Pinto. Está ainda previsto um encontro com a CGTP.
O objetivo, revelou Sultana Khaya a Carla Guerreiro, é “dar voz à luta constante das mulheres do Sahara Ocidental que sofrem constantes atentados aos seus direitos por parte do opressor” e “pedir ajuda ao Parlamento português para mediar esta situação no âmbito da diplomacia”.
A ativista relatou um pouco da “violência física e psicológica” a que está sujeita, juntamente com a família, por parte das autoridades marroquinas, que se encontram contra o reconhecimento da independência do Sahara Ocidental.
“Durante um ano e sete meses, eu e a minha família, incluindo a minha mãe, outras mulheres e também crianças, estivemos presos na nossa casa onde só entravam as forças marroquinas. Sofremos uma violência extrema. Entravam a qualquer hora, encapuzados, cometiam abusos sexuais, agrediam-nos física e psicologicamente. Todos os dias, havia ataques. Todos os dias, têm uma história para contar.”
Apesar de tudo o que sofreu, Sultana não perdeu as forças para continuar a “reivindicar a liberdade” para o Sahara Ocidental e a pedir a atenção de todos os países para esta “causa digna e justa”.
A vice-presidente Carla Guerreiro espera que a visita de Sultana Khaya a Portugal “se traduza num apoio efetivo ao Sahara Ocidental, com resultados no âmbito da diplomacia” e reconhece “a coragem que é preciso ter para expor ao mundo não só a situação deste povo, mas também de algo muito próprio que lhe acontece todos os dias”.
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