Escola nos acampamentos saharauis de Tindouf (Foto Francisco Carrión) |
elindependiente.com. 23-11-2022 - Um novo sinal da decisão do PSOE de esquecer completamente a questão saharaui e de tentar enterrá-la. O Plenário do Congresso dos Deputados aprovou esta terça-feira, com o voto contra do PSOE, uma emenda ao artigo do Orçamento para 2023 promovida pelo PNV que prevê atribuir sete milhões de euros a favor do ACNUR para a manutenção das infra-estruturas dos campos de refugiados saharauis em Tindouf (Argélia).
É uma alteração que o grupo nacionalista basco ‘conseguiu introduzir’ no processo parlamentar, uma vez que não tinha chegado a um compromisso com outros grupos parlamentares. A iniciativa prosseguiu com o apoio do PP, Ciudadanos, Unidos Podemos, Más País, Compromís, Junts, BNG e Bildu, enquanto o PSOE e a ERC votaram contra. O Vox não participou nesta votação, como na maioria das que tiveram lugar tardiamente na terça-feira.
O PNV congratulou-se com a aprovação da medida, com a qual considera que continua a “cumprir o seu compromisso para com o Sahara Ocidental”. O voto contra do PSOE coincide com a histórica mudança de posição na disputa sobre a antiga colónia espanhola, o último território em África a ser descolonizado e ilegalmente invadido por Marrocos desde 1975.
Nos últimos meses, os Socialistas tinham insistido que a viragem copernicana na política externa, com absoluta solidão parlamentar, não seria acompanhada por uma redução da ajuda humanitária tradicionalmente prestada aos campos. Um facto que a votação de terça-feira refutou completamente.
Os campos de refugiados saharauís situam-se em redor da inóspita cidade de Tindouf, na Argélia. Cerca de 175.000 refugiados saharauís residem nos cinco campos de Tindouf, na fronteira entre a Mauritânia, Marrocos e o Sahara Ocidental. A maior parte vive ali desde a invasão marroquina da antiga colónia espanhola em 1975.
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