segunda-feira, 22 de maio de 2023

A Frente POLISARIO espera da Espanha uma posição segura e firme e um esforço como o que Portugal fez no seu tempo em relação à sua antiga colónia Timor Leste




SPS 20/05/2023 - Wilaya de Auserd (Campos da Dignidade) | (SPS) -. O Presidente da República e Secretário-Geral da Frente Polisario, Brahim Ghali, apelou à Espanha para que siga o exemplo de Portugal em relação à sua antiga colónia Timor-Leste, "através de um referendo, que culminou na independência".

Em entrevista à agência noticiosa EFE, o responsável afirmou que a viragem na política espanhola é uma nova traição ao povo saharaui e que o apoio explícito do governo de Sánchez à tese do "regime marroquino expansionista, agressivo e ocupante não deixou à Polisario outra opção que não fosse o congelamento das relações".

A certa altura da entrevista, o presidente saharaui afirma que a Frente Polisario é "uma organização política bem estruturada, tanto a nível interno como a nível mundial, respeitada e reconhecida internacionalmente como representante legítima e única do povo saharaui".

Sobre o regresso da guerra e a intensificação da luta, lema do 16.º Congresso, o líder da Frente Polisario afirmou que a luta armada "foi imposta, nos anos setenta, e forçada a retomar a 13 de Novembro de 2020, face à injustiça, à repressão e à intransigência dos agressores. O povo saharaui deixou claro, com toda a sua paciência e cooperação, e durante três décadas, que é um povo pacífico e que a sua vontade é chegar a uma solução política e democrática, como um referendo. No quadro da legalidade internacional, como uma questão inacabada de descolonização que só pode ser resolvida respeitando o direito inalienável à autodeterminação e à independência. A luta armada é reconhecida pelas Nações Unidas como um direito legítimo dos povos oprimidos e colonizados".

Questionado sobre se a causa saharaui perdeu o apoio internacional desde que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, reconheceu a soberania de Marrocos sobre o Sahara Ocidental, o presidente Brahim Gali disse que o tweet de Donald Trump não mudou o estatuto legal da causa saharaui: "Não notámos qualquer mudança no apoio à nossa causa no mundo. A ONU é clara ao afirmar que tweets ou mesmo decisões deste género não alteram em nada o estatuto do Sahara Ocidental como território não autónomo em processo de descolonização. A própria actual administração dos EUA mantém essa posição e reitera o seu apoio aos esforços da ONU.

Para uma aproximação com Espanha, Ghali respondeu que os governos espanhóis são obrigados a respeitar "a legalidade internacional e as suas obrigações jurídicas, morais e políticas para com o povo saharaui e o direito internacional e o direito humanitário internacional".SPS

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