Neste período o Exército de Libertação do Povo Saharaui (ELPS) desencadeou pelo menos 50 ataques de artilharia contra o dispositivo militar das forças de ocupação marroquinas ao longo do «muro da vergonha» que se estende por mais de 2.700 km.
As ações do Exército de Libertação do Povo Saharaui (ELPS) contra o muro militar de defesa das forças de ocupação marroquinas no Sahara Ocidental prosseguem com ataques de artilharia de desgaste e flagelação. Nota-se que a intensidade é maior e que os alvos flagelados são de maior importância estratégica com a distrição de vários radares e sedes de comando das FAR marroquinas em todas as regiões militares do Sahara Ocidental
De 01 a 30 de Setembro, segundo informações divulgadas pelo Ministério da Defesa da RASD, tiveram lugar pelo menos 50 ataques de artilharia contra as trincheiras e bunkers e bases e postos de observação das FAR (Forças Armadas Reais) de Marrocos ao longo do muro militar que divide o território.
Os ataques foram particularmente intensos e contínuos nas região de Oued Draa no norte do Sahara Ocidental, em particular nas regiões de Mahbes, onde se registaram 18 operações de intenso bombardeamento e, inclusive, atingido a sede de comando do 43º batalhão das FAR.
Na região militar de Saguia El Hamra (centro-noroeste do território) registaram-se também 18 ataques intensos, particularmente na zona de Houza (13) e Smara, onde o quartel-general da 6.ª Brigada das FAR marroquinas foi fortemente atacado.
Na região Sul, de Rio de Ouro, registou um crescendo de operações como não se vira anteriormente. Na zona de Bagari registaram-se duas grande operações, tendo uma delas escolhido como alvo a 3.ª Base Militar das FAR. Grande intensidade de combates registou também a zona de Auserd, tendo sido atingidas a sede do 36.º Batalhão das FAR por duas vezes, assim como fortemente bombardeada a sede da 7.ª Base. Auserd (no sudeste do Sahara Ocidental) tem sido agora o centro dos ataques dos combatetes saharauis a tentar apoderar-se do potente sistema de radar marroquino instalado no topo da montanha Galb Al Nas, já que esse objetivo permitiria às unidades saharauis envolver as posições inimigas nessa região que alberga várias bases militares e um aeródromo para drones.
O exército saharaui continua a manter a iniciativa ofensiva, a escolher o local e a hora dos seus ataques, e as forças de ocupação marroquinas permanecem estáticas nas suas trincheiras desérticas do muro militar, sem poder sair e aguardando o impacto dos mísseis saharauis ou da penetração. A resposta que mais utilizam é através de drones, mais ou menos sofisticados de diversas proveniências, cuja utilização conta com a assessoria e aconselhamento de peritos militares israelitas.
Fontes no terreno relataram a chegada de formações militares marroquinas a uma das maiores bases das FAR situadas em torno de Güelta, no norte do Sahara Ocidental, a cerca de 32 quilómetros a oeste do muro militar marroquino que divide o território.
A base é considerada o maior centro logístico e de abastecimento do exército de ocupação marroquino e é também considerada um dos mais importantes centros de apoio logístico da região.
Houve quem sugirisse “um suposto plano marroquino de enviar as suas tropas para leste do muro para atacar as forças do Exército de Libertação do Povo Saharaui (ELPS) posicionadas nos territórios libertados da República Saharaui, onde se encontram as suas bases e quartéis-generais”.
No entanto, fontes no terreno consideram que o plano marroquino, a ser posto em prática, seria uma oportunidade para arrastar as suas tropas para zonas abertas, longe das suas bases logísticas e dos sistemas de vigilância instalados no muro, que lhe permitem detetar qualquer movimento das tropas saharauis. Além disso, tratar-se-ia de uma declaração de guerra aberta em toda a região.
Fontes: SPS
Mapas: Western Sahara War Archive (WSWA)
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