sábado, 30 de julho de 2011

O Rei de Marrocos contradiz-se e procura as razões da crise no exterior


O rei de Marrocos, Mohamed VI, "procura exportar a crise" que sacode o país para o exterior, constata o governo saharaui face ao discurso proferido pelo monarca alauita pronunciado este Sábado por ocasião do aniversário da sua entronização.

"Prosseguindo a abordagem que tem por base a exportação da crise e a procura sistemática de inimigos externos, criando conflitos nas suas fronteiras, o rei de Marrocos tem assumido uma postura cada vez mais intransigente, levando a uma contradição entre sua pretensão de respeitar o direito internacional através da cooperação com o Secretário-Geral e seu enviado pessoal, e os seus propósitos patrioteiros carregados de expansionismo que violam a Carta das Nações Unidas sobre o Sahara Ocidental ", sublinha o governo saharaui em comunicado. O comunicado acrescenta que a construção do Magreb Árabe evocada pelo rei, "não se pode fazer quando se nega a aplicação dos princípios e fundamentos que são inevitáveis para a construção de um agrupamento regional, como seja, em primeiro lugar, a descolonização, o princípio da autodeterminação, o respeito pelas fronteiras internacionais e a boa vizinhança".

Quando o Reino de Marrocos afirma estar comprometido com o direito internacional humanitário e os direitos humanos, são palavras que, em relação ao Sahara Ocidental, não têm "nenhuma credibilidade ", "sabendo que no momento em que o rei profere o seu discurso, na cidade de Bojador, nos territórios ocupados saharauis, a população do território ainda cura as suas feridas e sofre um bloqueio militar sufocante, após a intervenção e a repressão brutal contra civis desarmados que caracterizou a agressão militar contra o acampamento de Izizk Gdeim e a cidade de El Aaiun, a 8 de Novembro de 2010 ", adianta o comunicado.

Ao condenar energicamente a "intransigência" que caracterizou o discurso do Rei de Marrocos, o governo saharaui convida a comunidade internacional a exercer "todo o tipo de pressões" sobre o governo de Marrocos para "pôr fim a estas práticas que geram conflitos, discórdia e instabilidade, para que cumpra a legalidade internacional, e deixe de obstruir o processo de descolonização do Sahara Ocidental, que passa inevitavelmente pela solução democrática e justa através de um referendo de autodeterminação do povo saharaui”
SPS

Sem comentários:

Enviar um comentário