segunda-feira, 11 de março de 2013

Sahara Ocidental : a decisiva posição de França



Parece claro que o interminável conflito do Sahara Ocidental não aguenta mais o status quo. O Enviado Pessoal do SG da ONU sublinhou-o na sua última viagem à região: o status quo é "insustentável" e "muito perigoso", tendo em atenção os novos elementos a nível regional e internacional e a determinação do povo saharaui em conquistar os seus direitos custe o que custar.

O Embaixador americano Christopher Ross parece determinado a colocar um fim a este conflito que envenena as relações intermagrebinas e impede a aplicação de um plano de desenvolvimento económico e de cooperação em matéria de luta contra a ameaça terrorista que pende sobre a região.

Até agora, Marrocos beneficiou da posição da França, que sempre demonstrou uma clara oposição à postura dominante na comunidade internacional favorável à realização de um referendo justo e democrático que permita que ao povo do Sahara Ocidental se pronunciar quanto ao seu destino, de acordo com as resoluções da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança. Um referendo exigido há 37 anos pelo Tribunal Internacional de Justiça e objetivo central da criação da MINURSO (Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental). A missão do Enviado Pessoal do SG da ONU inscreve-se na perspetiva de uma solução baseada no direito do povo saharaui à autodeterminação.

A força de Ross está no apoio que goza da comunidade internacional, incluindo a França. O que deveria dar um novo impulso aos esforços deste incansável diplomata. A visita do Presidente François Hollande a Marrocos em Abril dar-lhe-á uma nova ocasião para se pronunciar sobre uma questão que muito tem prejudicado os interesses franceses na Argélia, cujo mercado pode oferecer inúmeras oportunidades e vantagens às empresas francesas.

O Parlamento Europeu, que defende a solução referendária, colocou pressão sobre Marrocos, recusando-se a renovar um acordo de pesca que não prevê a participação dos saharauis nos benefícios gerados por este acordo. Fará Paris o mesmo?

Fonte : La Tribune du Sahara

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