Abdel Kader Taleb Omar, primeiro-ministro da República Saharaui |
O primeiro-ministro saharaui,
Abdel Kader Taleb Omar, afirmou hoje durante as VII Jornadas das Universidades
Madrilenas sobre o Sahara Ocidental que “o Conselho Económico e Social de Marrocos
fez um estudo que põe em relevo que a política marroquina no Sahara Ocidental fracassou
e que não conseguiram chegar ao coração dos saharauis para alcançar os seus
objetivos anexionistas. Segundo Kader, nesse relatório é pedido expressamente uma
mudança estratégica na política marroquina em relação ao Sahara”.
Mas essa é uma mudança muito difícil.
Na sua intervenção, o dirigente saharaui assegurou que a Frente Polisario não
oculta o facto da juventude saharaui defende que os anos de negociação e de
intervenção da ONU são já mais que suficientes para se questionarem até quando
há que manter a paciência e continuar a acreditar numa via pacífica que não
conduz a nada. “Estamos agora - afirma o
primeiro-ministro saharaui – numa encruzilhada: o continuamos pela via pacífica
ou retomamos as armas. É por isso que a Frente Polisario chama a atenção da
comunidade internacional e do movimento de solidariedade a favor do Sahara para
que intervenham e nos apoiem, porque existe um risco real de regressar às
hostilidades”, comenta Abdel Kader.
Na sua tentativa de exortar o
mundo a fazer algo para evitar o que anuncia, explica por que não é viável a
via pacífica que se manteve até
agora. “Porque Marrocos quer tudo ou nada
e assim fecharam as portas a soluções políticas que poderiam pôr fim ao conflito”.
Explica o primeiro-ministro na sua intervenção que “Marrocos é uma monarquia
feudal, onde só existe um governo na sombra, sem confiança do povo e
absolutamente simbólico. A realidade é que o governo marroquino está no Palácio
Real, onde se encontra “O Príncipe dos Crentes”, cujas decisões são irrevogáveis”.
Comentava Abdel Kader que Mohamed VI não permite sequer a apresentação de uma
solução intermédia. “É que tudo depende da vontade do rei, ninguém mais tem capacidade
de decisão em Marrocos e ele deve saber que as meias medidas não se encaixam
aqui, que a solução para o conflito é deixar o povo saharaui decidir em
referendo, porque esta é a única maneira de garantir a estabilidade e a paz na
região”.
© Elisa Pavón para RASD News
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