quinta-feira, 13 de junho de 2013

“A Política Marroquina no Sahara Ocidental fracassou”

Abdel Kader Taleb Omar, primeiro-ministro da República Saharaui

  O primeiro-ministro saharaui, Abdel Kader Taleb Omar, afirmou hoje durante as VII Jornadas das Universidades Madrilenas sobre o Sahara Ocidental que “o Conselho Económico e Social de Marrocos fez um estudo que põe em relevo que a política marroquina no Sahara Ocidental fracassou e que não conseguiram chegar ao coração dos saharauis para alcançar os seus objetivos anexionistas. Segundo Kader, nesse relatório é pedido expressamente uma mudança estratégica na política marroquina em relação ao Sahara”.

Mas essa é uma mudança muito difícil. Na sua intervenção, o dirigente saharaui assegurou que a Frente Polisario não oculta o facto da juventude saharaui defende que os anos de negociação e de intervenção da ONU são já mais que suficientes para se questionarem até quando há que manter a paciência e continuar a acreditar numa via pacífica que não conduz a nada.  “Estamos agora - afirma o primeiro-ministro saharaui – numa encruzilhada: o continuamos pela via pacífica ou retomamos as armas. É por isso que a Frente Polisario chama a atenção da comunidade internacional e do movimento de solidariedade a favor do Sahara para que intervenham e nos apoiem, porque existe um risco real de regressar às hostilidades”, comenta Abdel Kader.

Na sua tentativa de exortar o mundo a fazer algo para evitar o que anuncia, explica por que não é viável a via pacífica que se manteve até agora. “Porque Marrocos quer tudo ou nada e assim fecharam as portas a soluções políticas que poderiam pôr fim ao conflito”. Explica o primeiro-ministro na sua intervenção que “Marrocos é uma monarquia feudal, onde só existe um governo na sombra, sem confiança do povo e absolutamente simbólico. A realidade é que o governo marroquino está no Palácio Real, onde se encontra “O Príncipe dos Crentes”, cujas decisões são irrevogáveis”. Comentava Abdel Kader que Mohamed VI não permite sequer a apresentação de uma solução intermédia. “É que tudo depende da vontade do rei, ninguém mais tem capacidade de decisão em Marrocos e ele deve saber que as meias medidas não se encaixam aqui, que a solução para o conflito é deixar o povo saharaui decidir em referendo, porque esta é a única maneira de garantir a estabilidade e a paz na região”.


 © Elisa Pavón para RASD News

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