sexta-feira, 30 de agosto de 2013

CODESA entrega relatório ao Adjunto do Relator de Direitos Humanos do Parlamento Europeu para o Sahara Ocidental e os Países do Sahel

 

Segundo o vice-presidente do Comité de Defesa do Direito de Autodeterminação do Povo Saharaui (CODAPSO), o Comité foi recebido na tarde de ontem, pelas 16h30 no hotel “El Parador” de El Aaiun por Jonathan Luis, adjunto do Relator Europeu de Direitos Humanos para o Sahara Ocidental.

O presidente e o vice-presidente do CODAPSO, Mohamed Dadach e Hmad Hammad, entregaram um relatório que relata em detalhe a situação das violações de direitos humanos que comete a administração de ocupação marroquina contra a população saharaui.

Os ativistas saharauis lamentaram o pouco tempo que o adjunto do Relator de Direitos Humanos do Parlamento Europeu para o Sahara Ocidental e os países do Sahel dedicou a esta visita para recolher informação sobre a situação dos DDH no território.

Preocupação que o responsável europeu justificou com o programa que lhe haviam imposto as autoridades marroquinas, dado que não seria sua intenção que a visita fosse tão breve. O CODAPSO entregou uma carta sobre o repúdio do povo saharaui ao acordo de pesca que a UE firmou com Marrocos com a ilegal inclusão das aguas do Sahara Ocidental.

Segundo o vice-presidente do CODAPSO, o relator recebeu durante a tarde de quinta-feira 17 comités saharauis de direitos humanos, à excepção de duas associações saharauis que não assistiram, em protesto contra o limitado e insuficiente tempo que o adjunto do relator europeu dedicou às associações saharauis.

O relator europeu perguntou ao CODAPSO o que fariam se não se resolvesse o conflito, ao que o presidente do Comité, Mohamed Dadach (*), respondeu que “a população saharaui nos territórios ocupados prosseguirá a sua luta pacífica para conquistar o direito à livre determinação e que, em caso de outra decisão, a Frente Polisario é o único e legítimo representante dos saharauis e que este saberá como recuperar o direito do povo saharaui e toda a soberania nacional sob ocupação”.

Hmad Hammad denunciou que na sala onde foram recebidas todas as associações saharauis os serviços secretos marroquinos tinham colocado microfones para espiar as conversações entre o adjunto do relator europeu e as associações saharauis. Denunciou também que todos os que trabalham nesse hotel pertencem aos serviços secretos marroquinos.

Fonte: CODAPSO 


(*) - Sidi Mohamed Dadach, muitas vezes designado pelo «Mandela Saharaui» dado ser o preso político em África com maior número de anos de cárcere depois do líder sul-africano. Passou 24 anos detido e sujeito a condenação de pena de morte.

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