segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Maior produtor e exportador de cannabis no mundo, Marrocos é um perigo para a vizinhança e para os países "vulneráveis"

 

O Reino de Marrocos, considerado pelo Departamento das Nações Unidas para Drogas e Crime (ONUDC) como o maior produtor e exportador de resina de cannabis (haxixe) no mundo é, de acordo com a agência da ONU, uma ameaça para sua vizinhança, e os países "vulneráveis".

Para o presidente da ONUDC, Youri Fedotov, "a maior parte da droga que circula à escala mundial provem de Marrocos e, em segundo lugar, do Afeganistão".

Esta declaração de Youri Fedotov, proferida na Comissão de Estupefacientes da ONU, por ocasião do Dia internacional contra o tráfico e consumo de drogas, ilustra as inquietações e preocupações da organização das Nações Unidas face à amplitude que assumiu a cultura de cannabis no Reino marroquino.

O relatório da ONUDC - uma referência em matéria de vigilância da produção e de exportação de drogas -, é esmagador para Marrocos, na medida em que destaca uma superfície de 47.500 hectares dedicada a essa cultura no Reino de Marrocos, tratando-se da maior área de cultivo de cannabis do mundo, contra os 12.000 hectares no Afeganistão.

Os autores do relatório referem que estes valores têm por base dados fornecidos pelo governo marroquino, sublinhando que, desde 2005, as autoridades marroquinas não permitem que o ONUDC conduza uma investigação no terreno, na sequência da avaliação produzida por esta agência das Nações Unidas de uma área de 72.000 hectares reservados ao cultivo de cannabis no Reino de Marrocos.



O UNODC afirma que, neste contexto, o mercado das drogas é um dos principais fatores que "alimentam a instabilidade económica e política no mundo", destacando o volume de produção de cannabis em Marrocos.

De acordo com o relatório, a produção anual marroquina é da ordem das 38.000 toneladas de erva de cannabis e 760 toneladas de resina.
 
A edição do Courrier-International de 13 de julho 2011 
foi proibida em Marrocos. A revista incluía um cartoon do 
artista Dilem sobre o «mercado» da cannabis em Marrocos…

Mohamed VI e a cultura da cannabis…, 
visto pelo caricaturista sueco Jeander.


Os perigos do tráfico de drogas para os países vulneráveis ​​da região, nomeadamente os países da África Ocidental e da cintura do Sahel, estão também no centro das preocupações da agência das Nações Unidas. Constata-se, lamentavelmente, a existência de uma ligação estreita e comprovada entre o narcotráfico e o terrorismo.

Tendo por base um balanço anual das operações de apreensão de resina de cannabis, o UNODC relata a apreensão de "enormes" quantidades de resina de cannabis, em particular na África do Norte, Europa Ocidental e Central, Médio Oriente e Ásia.

A agência da ONU destaca o facto da Europa Ocidental e Central constituírem um dos principais mercados para a resina de cannabis originária do Reino de Marrocos.

Departamento de Estado americano: 
Marrocos continua a ser a principal fonte de cannabis

O Departamento de Estado dos EUA, por seu lado, continua a fazer soar o alarme sobre os perigos das drogas oriundas do Reino de Marrocos.

No seu relatório para o ano em curso sobre "a estratégia de controlo internacional de narcóticos, o Departamento de Estado dos EUA sublinha, em particular, que o cultivo de cannabis em Marrocos continua a constituir " uma cultura de rendimento importante ".

O relatório refere que o cultivo de cannabis representa 3,1% do PIB agrícola do Reino de Marrocos e proporciona rendimentos a 800 mil marroquinos, afirmando, ainda, que "a corrupção policial e o laxismo tácito na aplicação da lei contra este flagelo continua a ser um problema em Marrocos".

A cultura de resina de cannabis em Marrocos evidencia uma tendência crescente nos relatórios de organizações internacionais encarregadas de acompanhar o fenómeno, como constatam os relatórios publicados em 2011 e 2012.

A Organização Internacional de Controlo de Estupefacientes (OICS) refere, no seu relatório, que "72% da quantidade total da resina de cannabis apreendida pelas autoridades aduaneiras no Mundo em 2011 proveio de Marrocos."

Uma quantidade revista em alta para os anos de 2012 e 2013, de acordo com a maioria dos organismos internacionais encarregados da luta contra o tráfico de drogas.

Outras vozes, influenciadas pela gravidade das consequências da cultura da resina de cannabis em Marrocos no mundo, abordam o assunto alertando para vários sinais de alarme, como a proliferação de redes criminosas transfronteiriças geradoras de insegurança, instabilidade e a evolução do fenómeno da criminalidade que ganha proporções inquietantes.

11-11-2013

SPS

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