Paris, 4 nov 2016 (SPS) Reporters sans frontières (RSF) pediu esta
sexta-feira às autoridades marroquinas o "levantamento de todos os entraves
à informação" no Sahara Ocidental sob ocupação marroquina, e o fim do "espezinhamento
dos direito dos jornalistas saharauis e estrangeiros a cobrir" este território.
"Agressões durante as manifestações,
processos contra jornalistas-citdadãos saharauis, expulsão de jornalistas estrangeiros,
manutenção de um controlo abusivo sobre a informação no Sahara Ocidental, as
autoridades marroquinas tornam praticamente impossível o trabalho dos reporteres",
afirma a RSF em comunicado.
Yasmine Kacha, diretora do Bureau Áfrique do Norte de RSF |
"Considerado como território não-autónomo
pelas Nações Unidas, o Sahara Ocidental é actualmente controlado em mais de 80
% por Marrocos", lembra o comunicado, acrescentando que no terreno, a Missão
das Nações Unidas para a Organização do Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO)
está encarregada, além da consulta destinada a permitir aos habitantes habilitados
a votar de decidir o estatuto futuro do território, de vigiar o cessar-fogo desde
1991 entre Marrocos e a Frente Polisario.
Os testemunhos recolhidos no
território são "condenáveis" para as autoridades marroquinas, lamentou
Yasmine Kacha, diretora do Bureau Áfrique do Norte de RSF, questionada sobre os
limites "destas restrições severas" à liberdade de informação.
"Reportar livremente o que se
passa nesta zona sob grande tensão é urgente e necessário, nomeadamente para fazer
luz sobre as violações dos direitos do Homem, que a MINURSO não está mandatada
a documentar", sublinha, citando a expulsão a 23 de outubro da jornalista
(freelance) que realizava uma reportagem para o magazine do “Monde” sobre Dakhla,
uma cidade saharaui sob ocupação.
"Durante a sua detenção, o seu
cartão SIM e as suas contas de emails foram suspensos. Quatro outros jornalistas
estrangeiros foram expulsos de Marrocos desde o início do ano", lembra Yasmine
Kacha, acrescentando que a 30 de setembro passado, os jornalistas-cidadão da Equipe
Media Sahara, Saïd Amidan e Brahim Laâjail, "foram presos pela polícia
marroquina em Guelmim e mantidos incomunicáveis durante três dias".
Afirma ainda que, a 21 de agosto de 2016,
Nazha Elkhaledi, correspondante da RASD-TV foi detida quando cobria uma manifestação
organizada por mulheres saharauis na cidade de Foum El Ouad, perto de El Aaiun,
capital do Sahara Ocidental ocupado.
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