El Aaiún, 26/12/2016 - El Confidencial Saharaui - Dezenas
de civis saharauis maioritariamente familiares de presos políticos saharauis foram
brutalmente reprimidos por um grande dispositivo das forças de repressão marroquinas
esta segunda-feira, 26 de dezembro de 2016, provocando diversos tipos de lesões
e ferimentos entre os manifestantes.
El Aaiún, capital administrativa do Sahara Ocidental, converteu-se
hoje num autêntico campo de batalha entre as forças de ocupação de Marrocos e a
população civil saharaui em protesto contra o julgamento ilegal dos presos
políticos saharauis de Gdeim Izik, informou o coletivo de informação saharaui Equipe
Media.
Segundo informaram hoje diversas fontes locais saharauis, a
partir do território ocupado, ao El Confidencial Saharaui, cerca das 10:00
horas (hora local) a bandeira saharaui ondulava na Avenida de Smara, no meio de
confrontos sangrentos entre a polícia marroquina e civis saharauis, confrontos
que provocaram vários feridos embora os número sejam ainda confusos.
El Aaiún está totalmente cercada pelo exército marroquino e
o número de Forças Auxiliares e da polícia aumentou substancialmente.
Ante esta ameaça, a resposta da população civil saharaui foi
a de “não se render”. À entrada da cidade saharaui, camiões antidistúrbios
bloqueavam a entrada da urbe mas os saharauis tentavam romper esse bloqueio.
Mulheres saharauis sentaram-se no chão fazendo uma cadeia
humana.
Os confrontos começaram esta manhã, um pouco antes do
julgamento ilegal dos presos (que viria a ser adiado), e prolongaram-se durante
o dia. A situação é muito confusa. As forças de segurança marroquinas carregaram
com dureza, especialmente contra os familiares dos presos.
O acampamento da ''dignidade'' de Gdeim Izik foi levantado
nos primeiros dias de Outubro de 2010 a cerca de 12 km a este da capital da
antiga colónia espanhola em protesto pelas condições de vida que sofre a população
saharaui no território, ocupado por Marrocos desde 1975.
Na manhã de segunda-feira 8 de novembro de 2010, El Aaiún amanheceu
envolta na habitual calma que precede a tormenta. Às 06.00 da manhã, agentes da polícia e elementos
do exército de Marrocos invadiram o acampamento e destruíram-no de forma violenta.
Três semanas antes, o terreno cedido por famílias de
pastores saharauis foi-se cobrindo de tendas tradicionais, ao cerca de 7.500
jaimas. Instaladas nesse acampamento, cerca de 20.000 pessoas reivindicaram ao governo
de Mohamed VI o cumprimento de condições de vida e direitos que lhes são
sonegados desde que Marrocos ocupou o território em 1975.
Politólogos como Noam Chomsky consideraram os acontecimentos
de Gdeim Izik como o detonador da Primavera Árabe.
Sem comentários:
Enviar um comentário