Diário de Notícias Lusa - 26-12-2017 - O exército da Frente Polisário está "pronto" para
lutar pelo direito do povo sarauí à independência e não pode continuar
"eternamente confinado ao estatuto de refugiado", advertiu hoje o
"ministro da Defesa" do Saara Ocidental.
"O exército sarauí está pronto e preparado para fazer
face a qualquer imprevisto e para todas as eventualidades para lutar pelo
direito do povo sarauí à independência ou à autodeterminação" política.
"Se a comunidade internacional não intervir para se fazer justiça ao povo
que vive há 42 anos sob a ocupação marroquina", afirmou Abdullahi Lehbib.
As declarações do "ministro da Defesa" da Frente
Polisário surgem na sequência das operações militares que o exército sarauí
está a efetuar em várias áreas do Saara Ocidental [antiga colónia espanhola até
1975, anexada por Marrocos nesse mesmo ano] sob o lema "Elevar o Nível de
Preparação para o Grande Final".
Controlada em grande parte por Marrocos, a antiga colónia
espanhola em África [Espanha também controlou a Guiné Equatorial] esteve em
guerra durante 15 anos, até que as duas partes assinaram um cessar-fogo, em
1991.
Desde então que as Nações Unidas têm uma força de manutenção
de paz no vasto território quase desértico, onde vive perto de meio milhão de
habitantes.
A ONU propôs igualmente a realização de um referendo de
autodeterminação, que tem sido sucessivamente adiado devido a desacordos sobre
a composição do conjunto do eleitorado.
Mais recentemente, Marrocos propôs aos Sarauís uma autonomia
alargada da soberania do Saara Ocidental, ideia rejeitada em bloco pela Frente
Polisário.
Em fevereiro deste ano, Abdullahi Lehbib disse à agência
France Presse que a Frente Polisário tem disponíveis cerca de 25.000 soldados
prontos para lutar e que todo o sarauí, do Saara Ocidental, está mobilizado.
Lehbib disse também na altura existirem milhares de sarauís
"do outro lado dos muros de defesa marroquinos" prontos para a luta.
"Queremos lutar sempre pela via pacífica" para
resolver o conflito, um dos mais antigos do continente africano, afirmou, por
seu lado, o secretário-geral da Frente Polisário, Brahim Ghali.
"Mas todas as opções estão em aberto", advertiu.
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