domingo, 24 de dezembro de 2017

O documentário brasileiro “Um Fio de Esperança: Independência ou Guerra no Sahara Ocidental” recebe três prémios no Scapcine Festival 2017


23 dezembro, 2017 - o documentário “Um Fio de Esperança: Independência ou Guerra no Sahara Ocidental”, foi galardoado no Scapcine Festival 2017 (Brasil) com os prémios de Melhor Guião, Melhor Fotografia e Melhor Banda Sonora. “Um Fio de Esperança” foi realizado por Rodrigo Duque Estrada e Renatho Costa, e é uma produção independente da Nomos.

Sinopse

Esquecido pelo mundo, o Sahara Ocidental é um dos conflitos pela independência mais antigos da atualidade. O documentário “Um Fio de Esperança: Independência ou Guerra no Sahara Ocidental” conta a história da resistência do povo saharaui, que há 26 anos espera a realização de um referendo de autodeterminação, e mostra a frustração crescente desse povo com o processo de paz, tanto nos acampamentos de refugiados como nas zonas libertadas ou nos territórios ilegalmente ocupados por Marrocos há mais de 40 anos. O documentário também questiona a posição de neutralidade do Brasil, que é um dos únicos países na América Latina que ainda não reconhece a independência do Sahara Ocidental, contribuindo com isso para a “normalização” de uma violência sistemática contra os saharauis e a exploração das riquezas da sua terra.

Sobre o documentário

Em dezembro de 2016 os investigadores Rodrigo Duque Estrada e Renatho Costa viajaram para o norte de África para conhecer a última colónia africana. Com as suas câmaras registaram uma realidade que apesar de ser muito pouco conhecida no Brasil e praticamente um tabu no mundo árabe, representou a chispa que que fez atear a primavera árabe. Percorrendo cidades como Madrid, Amberes, Argel e São Paulo, Rodrigo e Renatho entrevistaram ativistas dos Direitos Humanos e saharauis da diáspora. Nos acampamentos de refugiados, situados em Tindouf, na Argélia, conheceram de perto a dureza da vida na “hamada”, a região mais inóspita do deserto, e também a estrutura política que lidera a Frente Polisario. 

Nas zonas libertadas (cerca de 15% do território), acompanharam a vida dos beduínos que vivem sob o constante perigo das minas terrestres (cerca de 7 milhões de minas espalhadas pelo território), e estiveram ao alcance das metralhadoras dos soldados marroquinos que patrulham a “Berma”, um muro de mais de 2.700 quilómetros de extensão que divide o território e separa as famílias saharauis. 

E em El Aaiún, capital do território ocupado, entrevistaram clandestinamente os ativistas saharauis que vivem sob o constante medo da repressão e da tortura.

Além do documentário, captaram uma série de fotografias sobre a realidade do povo do Sahara Ocidental. Fotos estas que compõem uma exposição móvel que se propõe difundir a história deste conflito.
Para mais informação sobre o projeto, visite o sítio oficial do documentário, onde estão atualizadas a agenda de exibições.



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