Cartoon de Dilem |
Argel, 1 de
maio (EFE) - A Frente Polisario qualificou hoje como "uma mentira
profunda" a alegação de Marrocos de que coopera com o Irão no campo
militar e desafiou Rabat a apresentar provas de suas "falsas
alegações".
Em
declarações à Efe, o porta-voz do Polisario, Mohamad Hadad, disse que jogada de
Rabat se deve a um "mesquinho oportunismo político" com o qual
pretende "evitar a negociação que a ONU deve fazer" sobre a questão
do referendo pendente desde o acordo de cessar-fogo de 1991.
O governo
marroquino anunciou esta terça-feira a rotura das relações diplomáticas com o Irão,
a quem acusa de armar, financiar e formar a Frente Polisario através do
Hezbollah, o partido xiita que domina no Líbano
A decisão
chega apenas 24 horas depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin
Netanyahu ter acusado o Irão de fabricar armas nucleares e "obedecer a uma
estratégia política similar", lembrou à agência Efe outra fonte da
Polisário.
“A resolução
(da ONU que pede para que sejam retomadas as negociações) deixou-os loucos.
Isso significa que precisam desesperadamente da ajuda dos Estados Unidos e de Israel.
É uma decisão louca que tomaram justamente quando Israel afirma ter evidências
sobre o projeto nuclear" do Irão, explicou a mesma fonte, que pediu para
não ser identificada.
Na mesma
linha, Hadad insistiu que "a Polisario nunca teve qualquer relação
militar, nem recebeu armas ou manteve contatos militares com o Irão ou com o Hezbollah".
"É uma mascarada
e uma grande mentira. Marrocos procura proteção para se desligar do compromisso
de negociação "que deve levar a uma consulta sobre a autodeterminação da
ex-colónia espanhola, conforme solicitado pela ONU", disse o dirigente
saharaui.
“Desafiamos Marrocos
a fornecer a menor prova. Marrocos vive numa perfeita loucura e não sabe como
sair da obrigação de "dialogar", concluiu.
No dia 27 de
abril, o Conselho de Segurança da ONU resfriou as aspirações de Rabat dando um
período de seis meses a Marrocos e à Frente Polisario para retomar as
negociações sobre o Sahara Ocidental, sublinhando a necessidade de avançar para
uma solução "realista" "e viável ".
Com doze
votos a favor e três abstenções (da Rússia, China e Etiópia), o Conselho de
Segurança aprovou uma resolução que prorroga por meio ano o mandato do Minurso
- a missão das Nações Unidas na ex-colónia espanhola - em vez de dos doze meses
habituais.
Segundo os
especialistas, com esse prazo mais curto, procura-se enviar às partes um
"sinal" de que a ONU quer acabar urgentemente com o bloqueio e ver
progressos nas negociações, conforme defendido pelos EUA, promotor da
iniciativa.
Se não
houver progresso, será necessário estudar o assunto em profundidade neste
outono, porque não se pode permitir que se mantenha esta situação de bloqueio,
advertiu Washington.
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