31.ª Cimeira da UA na capital da Mauritânia |
Nouakchott
– O tema do Sahara Ocidental será inscrito, pela primeira vez,
como um “ponto à parte e independente” de outros temas na agenda
da 31ª Cimeira da União Africana (UA), segundo revelou esta
sexta-feira em Nouakchott o ministro de Negócios Estrangeiros
saharaui, Mohamed Salem Ould Salek.
“Esta
cimeira é um importante pode inflexão para o problema do Sahara
Ocidental porque
é
a primeira vez que está na agenda da cimeira como um ponto
independente e separado de outros temas”, afirmou o ministro
saharaui em declarações à APS, em vésperas da reunião magna de
Chefes de Estado e de Governo da UA, programada para este domingo e
segunda-feira na capital mauritana.
Mohamed Ould Salek, MNE da República Saharaui |
A
questão do Sahara Ocidental não será abordada no “contexto geral
e global dos conflitos”, afirmou, explicando que o tema será
discutido a nível de Chefes de Estado e Governo, que também
receberão pela primeira vez um “relatório exclusivo e
independente” sobre a questão.
“Esperamos
que tenha lugar um debate depois da publicação do relatório do
presidente da Comissão da União Africana, marcando um ponto de
inflexão no tratamento pela UA do problema do Sahara Ocidental”,
afirmou Ould Salek acrescentando que “Marrocos sempre procurou
retirar a questão saharaui da agenda da União Africana”.
Segundo
o chefe da diplomacia saharaui, Marrocos subscreveu e ratificou o ato
constitutivo da UA que “proíbe usurpar os territórios de outros
através do uso da força”.
O Presidente da RASD é recebido pelo seu homólogo mauritano à sua chegada a Nouakchott |
Referiu
também que Marrocos é obrigado a resolver o conflito através de
negociações pacíficas, lembrando que desde 1991, data da criação
da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental
(Minurso) e a entrada em vigor do cessar-fogo, Marrocos bloqueou a
organização do referendo de autodeterminação previsto para 1992.
Criada
a 29 de abril de 1991, a Minurso tem como objetivo preparar e
organizar um referendo de autodeterminação para o povo do Sahara
Ocidental.
Marrocos
continua a “recusar” a ideia da descolonização do Sahara
Ocidental, lamentou aquele dirigente, acrescentando que ao
converter-se em membro da UA, procura agora criar “dificuldades”
dentro da organização panafricana, para “desestabilizar as
fileiras da nossa unidade ao mesmo tempo que persiste na sua ocupação
do Sahara Ocidental”.
Ould
Salek disse que esta cimeira da UA servirá, uma vez mais, para
chamar à ordem Marrocos e os que estão por detrás dele, já que o
Sahara Ocidental é uma questão africana, que não pode ser retirada
da UA.
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