Com o apoio da AAPSO-Associação de Amizade Portugal Sahara
Ocidental, vai ser exibido na programação do doclisboa 2018,
uma súmula de documentários feitos pela Equipa Média daquele país.
A exibição terá lugar no dia 23, no cinema S. Jorge - sala
2, em Lisboa, às 21,30h e o debate que se seguirá contará
com a presença de um dos realizadores, Sabbar Bani, que se
deslocará desde os territórios ocupados.
Contamos com a vossa presença e divulgação da sessão!
Foco: EQUIPE MEDIA - 23 OUT / 21.30, São Jorge – Sala 2
Durante a sessão, Sabbar Bani, do coletivo Equipe Media, apresentará
e comentará vários filmes, seguindo-se um debate.
A antiga colónia espanhola do Sahara Ocidental foi ocupada pelo
Reino de Marrocos em 1976, com a anuência da então potência
colonial, a troco de compensações na exploração dos fosfatos e da
pesca, as duas grandes riquezas do território.
O território integra, há décadas, a lista das Nações Unidas de
possessões ultramarinas a descolonizar. Em 1991, as duas partes do
conflito — Marrocos e a Frente POLISARIO — estabeleceram com a
ONU um acordo de cessar-fogo após 16 anos de guerra. O acordo previa
a realização de de um Referendo de Autodeterminação seis meses
depois à população autóctone. Foi então criada a Missão das
Nações Unidas para a Realização do Referendo do Sahara Ocidental
(MINURSO).
27 anos depois, o povo saharaui continua à espera que a ONU
concretize a promessa. O atual Enviado Pessoal do SG da ONU para o
conflito, o ex-presidente alemão Horst Köhler, conseguiu que
Marrocos e Frente Polisario se sentassem de novo à mesa de
negociações, o que acontecerá no início do próximo mês de
Dezembro, em Genebra.
O cinema é uma arma importante na luta dos saharauis – grupos de
ativistas registam, divulgam e denunciam a violência de que são
alvo. A violação dos mais elementares direitos humanos faz parte do
quotidiano. A MINURSO, presente no terreno, é a única missão da
ONU que não tem delegação em termos de vigilância e cumprimento
dos Direitos Humanos no território.
Bani Sabbar – O realizador
É um jovem realizador Saharaui do coletivo Equipe Media. Em 1992,
foi raptado por elementos dos serviços de segurança interna
marroquinos, tendo sido mantido em isolamento total e sujeito a maus
tratos durante seis meses, na prisão Pccimi para presos políticos
saharauis, em El Aaiún. Durante este período, nunca foi acusado e
nunca compareceu diante de um juiz. Esta prisão de alta segurança
foi desmantelada em 2014.
Em 1993, Bani Sabbar foi novamente preso durante dois meses na
prisão "Negra", em El Aaiún, sob o pretexto de perturbar
a ordem pública.
Equipe Media – Coletivo de jornalistas-resistentes
A Equipe Media nasceu em 2009 com o propósito de documentar e
difundir a opressão do Povo Saharaui perpetrada pelo ocupante
marroquino. As atividades deste coletivo de jovens Saharauis são
criminalizadas por Marrocos. É um dos poucos grupos de ativistas a
conseguir informar regularmente a comunidade internacional sobre a
realidade vivida nos territórios do Sahara Ocidental, através da
palavra e das imagens captadas e distribuídas clandestinamente.
O seu documentário " 3 Câmaras Roubadas" ganhou o prémio
de melhor curta-metragem 2018 no Festival Internacional de Cinema de
Sulaymaniyah, Curdistão.
O coletivo publica informação sobre o SO ocupado e colabora com a
Amnistia Internacional, Human Rights Watch e outras ONGs
internacionais dedicadas aos direitos humanos.
A maioria dos membros do coletivo Equipe Media foram presos,
torturados, espancados e perderam os seus empregos por causa do seu
ativismo. Banbari Mohamed foi sentenciado a seis anos de cadeia;
Bachir Khada cumpre 20 anos de prisão e Lekhfaouni Abdaiahi foi
condenado a prisão perpétua.
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