A
vida dos presos politicos saharauis atualmente detidos na prisão
marroquina de Tiflet 2 continua todos os dias ameaçada.
Mohamed
Lamin Haddi, do grupo de
presos do processo de Gdeim Izik — o acampamento da dignidade
saharaui que teve lugar há oito anos atrás — entrou em
coma esta segunda-feira, 15 de outubro, suspendendo assim, de facto,
a greve de fome que havia começado para protestar contra o
isolamento desde a sua transferência em setembro de 2017.
A
vida de Haddi e dos outros três presos politicos do mesmo grupo —
Sidi Abbahah, Bachir Khadda e Mohamed Bourial — permanecem nas mãos
da administração da prisão de Tilfet, que parece agir com
impunidade.
Mohamed
Bourial, assim que chegou na segunda-feira, à prisão de Tiflet, foi
privado de todos os seus pertences e imediatamente colocado em
confinamento solitário. A sua advogada, doutora Ouled, disse-nos que
Bourial continuaria a greve de fome até à morte porque a morte não
poderia ser pior do que a prisão de Tiflet 2.
A
administração penitenciária de Tiflet 2 tornou o regime de
isolamento uma “lei comum” para os presos de Gdeim Izik. O
isolamento prolongado tem consequências muito sérias para a saúde
física e mental desses homens.
Em
vésperas das discussões sobre a renovação do mandato da MINURSO,
a questão de proteger a vida deste grupo ainda não está resolvida.
A terrível tortura a que esses presos são submetidos é a mais
grave ofensa cometida pelo Reino de Marrocos, porque envolve punir,
degradar e matar esses homens de maneira progressiva.
O
preso Sidi Abbahah esteve proibido de enviar queixas a nível
nacional e internacional. Depois de muitos meses, foi-lhe dada uma
caneta, mas a carta que queria enviar para a ONU foi bloqueada pela
administração da prisão.
Mesmo
com escassa informação disponível – os presos só podem
telefonar com a família alguns minutos uma vez por semana e têm
poucas visitas – confirma-se o pior.
Para
proteger a vida destes presos, é urgente que eles sejam
transferidos.
Fonte:
Por un Sahara Libre
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