quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Documentário pro-saharaui provoca tensão entre Arábia Saudita e Marrocos



Fonte e imagem: Periodistas en español / Por Jesús Cabaleiro Larrán

Em junho de 2017 a Al Arabiya TV descrevia Marrocos como “força de ocupaçãono Sahara mas então a estação qualificou o facto com “erro técnico” na sequência dos protestos da embaixada marroquina

Agora a imprensa marroquina qualifica como atravessar todas as linhas vermelhasa emissão de um documentário sobre o Sahara emitido pelo canal televisivo Al Arabiya
O seu conteúdo mostra que Marrocos “invadiu e ocupouo Sahara quando Espanha abandonou o território. Além de fazer uma cronologia sobre o longo conflito o documentário recorda que a Frente Polisario é o “representante legítimo do povo saharaui” e enumera a vasta lista de países que reconheceram a República Árabe Saharaui Democrática (RASD).

A Al Arabiya TV é um canal em língua árabe que nasceu em 2003 e, embora transmita a partir do Dubai, a sua sede está baseada na Arábia Saudita. Em junho de 2017, a cadeia já descrevia Marrocos como uma "força de ocupação" no Sahara, mas depois qualificou o facto como "erro técnico" após protestos da embaixada marroquina.
Dado o que aconteceu, a imprensa marroquina está pedindo algum tipo de reação formal contra a Arábia Saudita, uma vez que é uma "violação da amizade histórica" dos dois reinos, ao atacar a "integridade territorial".
A reação da República Árabe Saaraui Democrática (RASD) também já teve lugar e é mais moderada. O representante da RASD na França, Bachir Ubbi Buchraya, afirmou que querem evitar abordar as diferenças que afetam os "dois países, mesmo se um deles é a nossa potência colonial, Marrocos", acrescentando que os saharauis não têm uma posição oficial sobre esta disputa.
Em declarações a um jornal argelino, o representante saharaui disse que tem esperança que Riad, que - recorda - "ocupa uma posição fundamental no mundo árabe e islâmico" - , não aja apenas com gestos em sua reação bilateral a Marrocos, mas compreenda "O legítimo direito à autodeterminação do povo saharaui".
A transmissão do documentário ocorre após outros gestos que mostram uma certo distanciamento entre os dois reinos. Recorde-se que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed Bin Salman, não visitou Marrocos no seu última périplo por diferentes países árabes em novembro de 2018.
Devemos recordar ainda que o rei Salman Ibn Abdelaziz não foi a Tânger no verão passado, que a Arábia Saudita não votou na candidatura de Marrocos, mas sim na dos EUA, à organização da Copa do Mundo de 2026, assim como que a monarquia saudita suspeita da atitude de neutralidade marroquina nas sanções ao Qatar.
Neste sentido, o ministro das Relações Exteriores marroquino, Nasser Bourita, justificou recentemente esta atitude de neutralidade no canal televisivo Al Yazira, rival mediático do Al Arabiya.



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