domingo, 24 de fevereiro de 2019

Mohamed Ayoubi – sem justiça um ano após o seu falecimento




Sábado, 23 de Fevereiro de 2019 por porunsaharalibre - PUSL.- Mohamed Ayoubi preso politico de Gdeim Izik em liberdade condicional, faleceu a 22 de Fevereiro de 2018, em El Aaiún, a primeira vitima mortal deste grupo de heróis nacionais saharauis, injustamente condenados pelo regime ocupante a penas de vão de 20 anos a prisão perpétua. Marrocos é responsável por mais esta morte num longo historial de assassinatos, torturas, desaparecimentos forçados, bombardeamentos, o lento genocídio do povo saharaui só terá fim no dia em que Marrocos saia dos territórios ocupados e a comunidade internacional assuma a sua responsabilidade.

Ayoubi que foi detido pelas autoridades de ocupação marroquinas durante o desmantelamento de Gdeim Izik a 8 de Novembro de 2010, vitima de violação e torturas físicas e psicológicas durante vários dias tanto na sede da Gendarmaria como na esquadra da Policia em El Aaiún, Sahara Ocidental, foi transferido com vários presos do grupo de Gdeim Izik no dia 11 de Novembro para Salé Rabat no Reino de Marrocos.

Devido à tortura sofrida, teve que se manter numa cadeira de rodas durante o seu tempo de detenção em Salé 2 até ao dia 12 de Janeiro de 2011 quando o transferiram ao hospital Souissi Rabat onde ficou internado até ao dia 28 de Fevereiro 2011.

No regresso à prisão já podia andar mas devido à tortura e à sua condição de diabético e problemas de rins continuou com problemas de saúde graves e sem a assistência médica necessária.

A 31 de Outubro de 2011 todos os presos de Gdeim Izik iniciaram uma greve de fome que durou mais de um mês. No dia 2 de Dezembro de 2011 o Conselho do Direitos Humanos Marroquino negociou com os grevistas a libertação de Mohamed Ayoubi que era uma das principais reivindicações devido ao seu estado de saúde gravíssimo.

Estando em liberdade condicional, Ayoubi teve que se apresentar no tribunal militar para o julgamento do Grupo de Gdeim Izik em Fevereiro de 2013 onde foi condenado a 20 anos de prisão, mas continuou em liberdade condicional.

O estado de saúde de Mohamed Ayoubi obrigou-o a iniciar hemodiálise e em Dezembro de 2016 foi novamente a tribunal com o grupo de Gdeim izik após a decisão do Supremo Tribunal Marroquino que enviou o processo ao tribunal de recurso de Sale, uma vez que o tribunal militar não tinha jurisdição para julgar civis e segundo o Tribunal Supremo não tinham sido apresentadas provas suficientes para provar as acusações.

Ayoubi não compareceu à maioria das sessões do julgamento, que se arrastou durante 7 meses,uma vez que tinha duas sessões semanais de hemodiálise, o caso foi separado do processo do resto do grupo em Junho de 2017 e apenas a 20 de Dezembro de 2017, um ano após o inicio do julgamento, Ayoubi foi condenado em ausência novamente a 20 anos de prisão em liberdade condicional.

Em Janeiro de 2018 foram-lhe amputados dedos, a sua situação de saúde agravou-se até que acabou por falecer no hospital de El Aaiún sem ter tido justiça.

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