Sábado,
23 de Fevereiro de 2019 por porunsaharalibre - PUSL.- Mohamed Ayoubi
preso politico de Gdeim Izik em liberdade condicional, faleceu a 22
de Fevereiro de 2018, em El Aaiún, a primeira vitima mortal deste
grupo de heróis nacionais saharauis, injustamente condenados pelo
regime ocupante a penas de vão de 20 anos a prisão perpétua.
Marrocos é responsável por mais esta morte num longo historial de
assassinatos, torturas, desaparecimentos forçados, bombardeamentos,
o lento genocídio do povo saharaui só terá fim no dia em que
Marrocos saia dos territórios ocupados e a comunidade internacional
assuma a sua responsabilidade.
Ayoubi
que foi detido pelas autoridades de ocupação marroquinas durante o
desmantelamento de Gdeim Izik a 8 de Novembro de 2010, vitima de
violação e torturas físicas e psicológicas durante vários dias
tanto na sede da Gendarmaria como na esquadra da Policia em El Aaiún,
Sahara Ocidental, foi transferido com vários presos do grupo de
Gdeim Izik no dia 11 de Novembro para Salé Rabat no Reino de
Marrocos.
Devido
à tortura sofrida, teve que se manter numa cadeira de rodas durante
o seu tempo de detenção em Salé 2 até ao dia 12 de Janeiro de
2011 quando o transferiram ao hospital Souissi Rabat onde ficou
internado até ao dia 28 de Fevereiro 2011.
No
regresso à prisão já podia andar mas devido à tortura e à sua
condição de diabético e problemas de rins continuou com problemas
de saúde graves e sem a assistência médica necessária.
A
31 de Outubro de 2011 todos os presos de Gdeim Izik iniciaram uma
greve de fome que durou mais de um mês. No dia 2 de Dezembro de 2011
o Conselho do Direitos Humanos Marroquino negociou com os grevistas a
libertação de Mohamed Ayoubi que era uma das principais
reivindicações devido ao seu estado de saúde gravíssimo.
Estando
em liberdade condicional, Ayoubi teve que se apresentar no tribunal
militar para o julgamento do Grupo de Gdeim Izik em Fevereiro de 2013
onde foi condenado a 20 anos de prisão, mas continuou em liberdade
condicional.
O
estado de saúde de Mohamed Ayoubi obrigou-o a iniciar hemodiálise e
em Dezembro de 2016 foi novamente a tribunal com o grupo de Gdeim
izik após a decisão do Supremo Tribunal Marroquino que enviou o
processo ao tribunal de recurso de Sale, uma vez que o tribunal
militar não tinha jurisdição para julgar civis e segundo o
Tribunal Supremo não tinham sido apresentadas provas suficientes
para provar as acusações.
Ayoubi
não compareceu à maioria das sessões do julgamento, que se
arrastou durante 7 meses,uma vez que tinha duas sessões semanais de
hemodiálise, o caso foi separado do processo do resto do grupo em
Junho de 2017 e apenas a 20 de Dezembro de 2017, um ano após o
inicio do julgamento, Ayoubi foi condenado em ausência novamente a
20 anos de prisão em liberdade condicional.
Em
Janeiro de 2018 foram-lhe amputados dedos, a sua situação de saúde
agravou-se até que acabou por falecer no hospital de El Aaiún sem
ter tido justiça.
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