segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Marrocos continua a promover ida de emigrantes ilegais do Sahara Ocidental para as Canárias


Foto Lifeline-IOL

Ao largo da costa atlântica, nas Ilhas Canárias, as chegadas de imigrantes ilegais provenientes do Sahara Ocidental e de Marrocos têm vindo a aumentar desde o ano passado. Segundo o Ministério do Interior de Espanha, entre 2019 e 2020, o número de chegadas às Canárias multiplicou-se por dez tendo atingido as 23.000 pessoas.

A rota das Canárias não era utilizada há muitos anos, como explicar que então que esta rota seja retomada pelas máfias do tráfico de pessoas e da imigração ilegal?

Desde o passado mês de Outubro de 2020, as chegadas às Canárias contam-se por milhares. O pico foi atingido em dezembro com a chegada de mais de 8.000 imigrantes clandestinos e o impulso iniciado em 2020 continuou no início de 2021. Em janeiro, em comparação com o mesmo período do ano passado, o número de imigrantes ilegais desembarcados na costa espanhola foi três vezes superior.

No terreno, a situação é tensa. Os migrantes ficam encalhados e, por vezes, permanecem meses em acampamentos ou centros de acolhimento sobrecarregados, sem poderem chegar à metrópole espanhola.

Segundo alguns observadores, o Governo marroquino recusa-se a acolher os migrantes que chegaram às Canárias porque receia criar um efeito de peso morto.

Há quinze anos, durante a anterior crise migratória, os migrantes embarcavam principalmente nas costas mauritanas ou senegalesas, e eram uma população predominantemente subsariana.

Actualmente, a maioria dos barcos de clandestinos sai do porto de Dakhla (antiga Villa Cisneros) no Sahara Ocidental, e a Agência Europeia de Protecção das Fronteiras (FRONTEX) observa uma mudança brusca nas nacionalidades que chegam ao arquipélago espanhol de Gran Canaria. Durante os últimos três meses de 2020, mais de 9.000 emigrantes ilegais eram de nacionalidade marroquina.

A pergunta tem que ser colocada: por que razão, num território tão controlado como o do Sahara Ocidental, onde dois terços do exército marroquino ali estão destacados, onde operam contingentes numerosos de forças policiais, para-policiais e dos serviços secretos, este fenómeno ocorre?

Fonte: ECS


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