domingo, 19 de setembro de 2021

Sultana Khaya nomeada para o Prémio Sakharov

 


Por Jesús Cabaleiro Larrán -17/09/2021 – Periodistas en español

O grupo da esquerda unitária no Parlamento Europeu nomeou a defensora dos direitos humanos saharaui Sultana Jaya para o Prémio Andrei Sakharov para a Liberdade de Pensamento de 2021.

Na sua nomeação, o grupo da Esquerda Unitária Europeia recorda o trabalho da defensora dos direitos humanos saharaui Sultana Khaya na promoção do direito à autodeterminação do povo saharaui e no combate à violência contra as mulheres no Sahara Ocidental.

O deputado espanhol Miguel Urbán apresenta-a como um dos milhares de saharauis que lutam todos os dias pela justiça social, direitos humanos e dignidade, e por esta razão, estão sujeitos a "perseguição e repressão brutais pelo regime marroquino".

Neste sentido, Khaya denunciou que foi infectada pelo coronavírus intencionalmente pelas forças repressivas marroquinas, que a mantiveram isolada e em permanente assédio na sua casa em Bojador, não lhe sendo permitido sair, apesar de não haver ordem judicial para o fazer, há já trezentos dias.

"A decisão de nomear Sultana Khaya para o Prémio Sakharov visa demonstrar solidariedade com o povo saharaui, pôr em evidência a situação enfrentada pelos ativistas dos direitos humanos no Sahara Ocidental e quebrar o silêncio europeu sobre o assunto", afirmou Urbán.

O grupo Esquerda Unitária Europeia/Nórdica é constituído, entre outros, por Podemos, Syriza da Grécia, The Greens da Alemanha, o PCP e o Bloco de Esquerda de Portugal, e a Frente Esquerda da França com um total de 42 Eurodeputados.

Em 2018, o líder da oposição marroquina do movimento Hirak, Nasser Zafzafi, foi também nomeado por iniciativa do grupo de Esquerda Unida Europeia, e estava entre os finalistas para o prémio.

As iniciativas de nomeação para o prémio por parte dos vários grupos políticos foram agora encerradas e deverá ser escolhida uma lista restrita de entre elas. O vencedor deste ano do Prémio Sakharov será decidido a 21 de outubro. A decisão é tomada pelos presidentes de cada grupo e pelo Presidente do Parlamento Europeu, à porta fechada.

Seguir-se-á a cerimónia de entrega de prémios em Estrasburgo, em meados de dezembro.

As propostas incluem uma de um grupo de ativistas, políticos, jornalistas e professores, mulheres afegãs, por iniciativa dos grupos socialista e democrata.

O líder russo da oposição Alexei Navalni, que foi envenenado e está a cumprir uma pena de três anos de prisão, foi nomeado pelo grupo Liberal (Alde). O grupo conservador, por iniciativa da extrema-direita, nomeia o ex-presidente boliviano Jeanine Añez para o prémio.

O vencedor da última edição deste prémio, estabelecido em 1988, foi a oposição bielorrussa.

Sem comentários:

Enviar um comentário