APS - ARGEL – 18/09/2021 - O representante da Frente Polisario na Europa, Oubi Bouchraya Bachir, afirmou que o novo Enviado Pessoal do Secretário-Geral da ONU para o Sahara Ocidental, Staffan de Mistura, cuja missão inclui o avanço da implementação de soluções para o conflito saharaui, "está vinculado ao roteiro que será traçado pelo Conselho de Segurança da ONU.
"Como enviado pessoal de António Guterres para o Sahara Ocidental, as suas prerrogativas dão-lhe os meios para avançar na implementação de soluções para o conflito e liderar as negociações entre as duas partes, bem como para federar o apoio internacional necessário para a implementação dos progressos alcançados", disse Bouchraya numa entrevista à agência russa Sputnik na sexta-feira.
Staffan de Mistura “continua, no entanto, vinculado pelo roteiro que o Conselho de Segurança irá desenhar para ele", acrescentou, reafirmando que a "nomeação - embora importante -, de um enviado pessoal do Secretário-Geral da ONU para o Sahara Ocidental não é um grande objectivo estratégico em si mesmo.
"Staffan de Mistura é um diplomata de estatura internacional, cuja competência e probidade moral e intelectual são irrepreensíveis", disse Bouchraya Bachir, sublinhando que "a Frente Polisario tem dado o seu acordo à sua nomeação desde abril.
Acrescentou que se "Marrocos conseguiu atrasar a chegada de outro diplomata a esta posição, a fim de manter o status quo que dura há mais de 30 anos para, em última análise, fazer a comunidade internacional aceitar o seu plano de autonomia como facto consumado, isso deve-se essencialmente ao laxismo daquele que tem nas suas mãos a solução do conflito, ou seja, o Conselho de Segurança, especialmente os seus membros permanentes, que viraram as costas às suas responsabilidades no Sahara Ocidental.
Para este fim, prosseguiu o representante da Frente Polisario, "o Conselho de Segurança, especialmente os seus membros permanentes, cujo papel é defender a legalidade internacional, deve impor a Marrocos o cumprimento da resolução sobre a organização do referendo de autodeterminação do povo saharaui, para que o barulho das armas cesse para sempre na região".
O dirigente saharaui recorda, neste contexto, que "a ONU, a União Africana (UA) e o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) não reconhecem a soberania de Marrocos sobre o território do Sahara Ocidental".
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