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| Jean-Yves Le Drian com o seu homólogo argelino, Ramtane Lamamra |
Argel (ECS) 08-12-2021 – O Ministro dos Negócios Estrangeiros francês Jean-Yves Le Drian afirmou hoje que a sua visita à Argélia visa reforçar a confiança entre os dois países, respeitando simultaneamente a plena soberania de cada país. "Tenho a honra de me encontrar com o Presidente argelino Abdelmadjid Tebboune, e é importante para mim estar aqui na Argélia para uma visita de trabalho.
Le Drian disse que transmitiu ao presidente argelino o desejo de Paris de trabalhar com vista a descongelar as relações e o mal-entendido entre os dois países. O diplomata francês disse que durante a sua conversa com o presidente argelino, discutiram o lançamento de um verdadeiro diálogo como parceiros em vários dossiers relacionados com a segurança dos dois países.
O ministro francês disse esperar que o diálogo que hoje iniciámos contribua para o regresso amistoso das relações diplomáticas entre os governos dos dois países.
Disse também que tinha falado com o Presidente Tebboune sobre a situação no Mali e assegurou-lhe que a Argélia desempenha um papel importante nesse país, que tem sido mergulhado no caos e na guerra civil devido à intervenção militar francesa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês Jean-Yves Le Drian chegou hoje (quarta-feira) à Argélia para tentar aliviar as tensões diplomáticas na sequência das declarações hostis do Presidente Emmanuel Macron contra a nação argelina. A visita de Le Drian surge quatro dias antes da visita anunciada do ministro dos Negócios Estrangeiros russo Sergei Lavrov ao Magrebe e ao Médio Oriente.
Le Drian disse que era uma visita de trabalho e avaliação, e que serviria também para retomar as relações diplomáticas após meses de crise.
Durante a sua visita sem aviso prévio, Le Drian encontrou-se com o seu homólogo argelino Ramtane Lamamra e com o Presidente Abdelmadjid Tebboune. De acordo com o canal argelino Achourouk Online, o ministro francês discutiu com as autoridades argelinas o estado das relações bilaterais após a crise entre a Argélia e Paris.
As relações entre a França e a Argélia tornaram-se tensas e, no início de Outubro, a Argélia retirou o seu embaixador em Paris e fechou o seu espaço aéreo aos aviões militares franceses, na sequência do que descreveu como comentários "irresponsáveis" atribuídos ao Presidente francês Emmanuel Macron.
Macron tinha questionado se existia uma nação argelina antes do domínio colonial francês e disse que o "regime político-militar" da Argélia tinha reescrito a história do colonialismo com base num "ódio à França".
Macron lamentou a controvérsia e o mal-entendido resultantes das suas declarações, e que "respeita a nação argelina, a sua história e a soberania da Argélia", no entanto, para Argel isto não foi suficiente.
Nota: Nada foi transmitido sobre eventuais troca de impressões entre o ministro francês e os seus interlocutores argelinos quer sobre a autodeterminação do Sahara Ocidental quer sobre o corte de relações diplomáticas da República argelina com o seu vizinho Reino de Marrocos.
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