O presidente do Governo espanhol Pedro Sanchez - Foto de Sergio Perez/Reuters |
O delegado da Polisario, Abdulah Arabi, afirma que o governo e o PSOE continuam a adoptar uma posição contrária à legalidade internacional.
Considera que a reviravolta não teve qualquer resultado positivo para os interesses estratégicos de Espanha.
A Frente Polisario afirma que o presidente do governo espanhol, Pedro Sanchez, não foi capaz de explicar as verdadeiras razões da sua mudança de posição em relação à posição histórica de Espanha sobre o Sahara Ocidental no seu recente discurso perante o Congresso dos Deputados.
Segundo o representante da Frente Polisario em Espanha, Abdulah Arabi, Sánchez decidiu manter o governo - e o seu partido - "numa posição contrária à legalidade internacional, contrariando assim o direito legítimo do povo saharaui à autodeterminação e à independência".
Arabi afirma que o presidente, que ia falar das relações bilaterais com Marrocos e, teoricamente, dar respostas sobre a mudança radical de posição do governo espanhol em relação ao Sahara Ocidental, "limitou-se a sublinhar as supostas boas relações com Marrocos e a insistir no bom momento que atravessam".
"Não foi capaz de reconhecer perante a Câmara que a mudança de posição não trouxe qualquer resultado positivo para os interesses estratégicos de Espanha", acrescenta o delegado da Polisario em nota, acrescentando que a ausência de uma explicação sólida e as suas repercussões não passaram despercebidas aos grupos políticos, com excepção do socialista.
A Frente Polisario, que reconhece e aprecia a unanimidade das diferentes forças políticas no seu apoio ao legítimo direito à autodeterminação e à independência do povo saharaui, indica que a comparência deveria servir para conhecer "as razões de uma decisão pessoal que privou a Espanha de qualquer possibilidade de assumir um papel proeminente na conclusão do processo de descolonização do Sahara Ocidental".
Foi, segundo o representante saharaui, "a enésima tentativa do presidente de obter o reconhecimento de Marrocos e, supostamente, de salvaguardar as excelentes relações bilaterais".
A Frente Polisario lembra que nunca se opôs nem se oporá a essas relações, mas que "a política externa espanhola não pode basear-se na violação dos direitos do povo saharaui".
Conclui sublinhando que "qualquer momento é um bom momento para retomar a via da legalidade internacional, como convém à potência administrante de um território não-autónomo, como é o caso da Espanha em relação ao Sahara Ocidental".
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