Bruxelas (Bélgica), 14 de agosto de 2023 (SPS)- Em comunicado emitido a partir de Bruxelas, Omar Mansour, representante da Frente Polisario para a Europa e a UE, exprimiu a sua preocupação face às recentes manobras entre Espanha e Marrocos sobre o acordo de pesca ilegal que envolve as águas do Sahara Ocidental. O representante da Frente Polisario adverte que estas acções tentam contornar os acórdãos do Tribunal de Justiça da União Europeia e prosseguir a exploração das águas adjacentes ao Sahara Ocidental.
Mansour referiu que as recentes conversações "secretas" entre a Presidência espanhola e a Comissão Europeia, com vista a um acordo de pescas, resultaram num completo fracasso. Nesta situação, houve uma tentativa de reavivar combinações falhadas, que se revelaram ineficazes no passado.
Omar Mansour |
Mansour recordou que esta estratégia foi anteriormente utilizada pelas empresas de pesca espanholas, que enfrentaram grandes obstáculos. Esta tática conduziu a situações em que as empresas de pesca e os navios espanhóis se viram sujeitos a extorsões por parte do regime marroquino e da sua guarda costeira. Além disso, os acordos careciam de garantias de segurança e geravam uma ambiguidade jurídica que afetava as companhias de seguros.
O representante saharaui advertiu que "alguns ministros, tanto espanhóis como marroquinos, poderiam ser tentados pelos benefícios derivados da atividade de pesca ilegal nas zonas ocupadas do Sahara Ocidental. Isso poderia levá-los a reconsiderar essa estratégia, sobretudo tendo em conta a resistência que a UE tem demonstrado ao continuar a apoiar o acordo de pesca ilegal nessas águas. Esta resistência mantém-se na expetativa da decisão final do Tribunal de Justiça Europeu, prevista para dezembro deste ano.
Mansour conclui sublinhando que a Frente Polisario não hesitará em recorrer aos tribunais europeus contra qualquer governo ou empresa que se dedique a atividades duvidosas em colaboração com o governo de ocupação no que respeita à pesca nas águas do Sahara Ocidental. Além disso, apelou a que se reconheça o perigo inerente à celebração de acordos que vão contra os acórdãos do Tribunal de Justiça Europeu. O representante sublinhou que esta questão comporta riscos significativos do ponto de vista da legalidade internacional, especialmente sem o consentimento da Frente Polisario, legítima representante do povo saharaui.
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