A líder da Sumar deixa claro a Sánchez no debate de investidura a posição da sua coligação a favor do povo saharaui e o candidato à presidência do Governo não responde.
A causa saharaui foi deixada de fora do acordo de governo alcançado entre o PSOE e Sumar, imposto pelos socialistas, que apoiam as reivindicações de Marrocos sobre o Sahara Ocidental.
Alfonso Lafarga - Madrid (ESC).- A dirigente do Sumar e ministra do Trabalho em exercício, Yolanda Díaz, fez saber ao primeiro-ministro em exercício e candidato à Presidência do Governo, Pedro Sánchez, que continuará a defender a causa saharaui.
Na segunda parte da sua intervenção no debate de investidura, Yolanda Díaz exprimiu a Pedro Sánchez a posição do Sumar sobre o Sahara Ocidental e precisou: "Continuaremos a defender o Sahara e a causa saharaui, continuaremos a defender o cumprimento das resoluções das Nações Unidas".
Na sua resposta, Sánchez não fez qualquer referência às palavras da líder da Sumar sobre o Sahara Ocidental, embora tenha tido em conta as alusões de Díaz à Ucrânia, à Palestina e a Israel, que chegou a pedir a convocação do embaixador para consultas, o embargo à venda de armas e a defesa de sanções contra Israel.
As palavras de Yolanda Díaz surgem depois de o acordo de governo alcançado pelo PSOE e pelo Sumar, a 23 de outubro, não ter contemplado o Sahara Ocidental, nem sequer de passagem, o que suscitou críticas generalizadas dos movimentos de apoio ao povo saharaui; a coligação de esquerda tinha feito da causa saharaui uma bandeira e a líder do Sumar chegou a declarar que estava disposta a romper o acordo de Pedro Sánchez com Marrocos e a regressar à posição tradicional de Espanha sobre o Sahara Ocidental.
A deputada saharaui Tesh Sidi, eleita nas listas do Sumar pelo ‘Mas Madrid’, declarou ao Contramutis que a menção do Sahara Ocidental no acordo de governo era desde o início uma linha vermelha por parte do PSOE, que tem uma posição clara a favor do ocupante marroquino.
Na manifestação de sábado, 11 de novembro passado, pelo Sahara Ocidental, que se realiza todos os anos em Madrid para denunciar a entrega da antiga colónia a Marrocos e que este ano celebrou o seu 48.º aniversário, Yolanda Díaz comprometeu-se a defender a causa saharaui apesar da "discrepância" que mantém com o PSOE, partido que impediu o povo saharaui de figurar nos acordos governamentais devido ao seu apoio à posição marroquina sobre o Sahara na sequência da carta que Sánchez enviou a Mohamed VI a favor da autonomia saharaui sob soberania marroquina.
Yolanda Díaz disse aos jornalistas, durante a sua breve presença na manifestação em Madrid, que Sumar apoia o povo saharaui como sempre o fez, "e continuará a fazê-lo", exigindo o respeito pela legalidade internacional.
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