Perpignan,
França — A Confédération Paysanne realizou esta quarta-feira
uma ação de protesto contra a comercialização de tomates da marca
Azura rotulados como “Marrocos”, mas que, segundo o sindicato,
têm origem no Sahara Ocidental, território considerado pela ONU
como não autónomo e ainda por descolonizar.
Cerca de cinquenta
manifestantes participaram na iniciativa, que começou com uma
tentativa de entrada num entreposto da Azura, grupo
franco-marroquino. Os agricultores foram impedidos de aceder às
instalações, mas seguiram para um supermercado Carrefour, onde
encheram carrinhos com tomates alegadamente produzidos no território
ocupado, levando-os para o exterior para denunciar a prática.
A
porta-voz do sindicato, Fanny Métrat, afirmou que a ação visa
simultaneamente defender “o direito à autodeterminação do povo
saharaui” e proteger “um rendimento justo para os agricultores
franceses”, criticando a concorrência de produtos vendidos a
preços muito inferiores.
Jean Thévenot, também porta-voz,
comparou a situação à rotulagem de produtos “como israelitas
quando são produzidos em territórios palestinianos”.
A
Confédération Paysanne acusa a União Europeia de ignorar a decisão
do Tribunal de Justiça da UE, de outubro de 2024, que obriga a
identificar o Sahara Ocidental como país de origem nos produtos
agrícolas exportados pelo Marrocos a partir daquele território.

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