Ahmed Nasiri, Brahim Dahan e Ali Salem Tamek, presos há um ano e meio,
privados por Marrocos de um julgamento justo
Marrocos continua determinado a continuar a privar-nos do nosso direito a um julgamento justo. Temos que fazer frente a uma posição vergonhosa, que contradiz o desejo colectivo e as exigências dos movimentos de direitos humanos, marroquinos e internacionais, que reclamam a nossa libertação imediata e incondicional, já que a nossa detenção se deve apenas às nossas opiniões e ao nosso direito à liberdade de expressão.
Esgotámos todos os procedimentos do sistema judicial marroquino, famoso pela sua arbitrariedade e falta de independência. Fomos presentes a todas as sessões do tribunal em que a administração marroquina da justiça violou abertamente todas as garantias mínimas exigidas a um julgamento justo e respeitador da legalidade. Encetámos uma série de greves de fome (8 para ser exactos), a mais longa das quais durou 41 dias, para pedir um julgamento rápido e justo.
Enviámos inúmeras cartas aos responsáveis marroquinos, aos organismos judiciais e a instituições especializadas em direitos humanos, informando-as da nossa perigosa situação, que constitui uma violação das regras internacionais de direitos humanos. O último contacto que tivemos foi com o secretário-geral do Conselho Nacional marroquino de Direitos Humanos, Sr. Mohamed Sabbar, quarta-feira, 6 de Abril de 2011.
Apesar de todos estes factos, o Estado marroquino mantém-nos detidos ilegalmente, sem julgamento, há um ano e meio.
Face ao exposto,
- Condenamos energicamente a atitude negligente de Marrocos como trata o nosso caso.
- Proclamamos a nossa decisão de boicotar qualquer tipo de interacção ou processo ante o tribunal de primeira instância de Ain Sbaa, Casablanca.
- Decidimos iniciar uma greve de fome quinta-feira, dia 14 de Abril de 2011, até que o nosso pedido seja satisfeito: que “o tribunal chegue a um veredicto em relação ao nosso caso o que se nos ponha incondicional e imediatamente em liberdade”.
Por último, queremos render homenagem a todos os Cidadaos honrados do mundo livre; a todos aqueles que não pouparam esforços para divulgar a nossa voz e a nossa tragédia, e que têm apoiado os nossos legítimos direitos.
Os defensores saharauis dos directos humanos e presos de consciência:
- Ali Salem Tamek (número de prisionero: 50010)
- Brahim Dahan (número de prisionero: 50014)
- Ahmed Nasiri (número de prisionero: 50015)
Prisão de Salé, 12 de Abril de 2011
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