A Freedom House (*) acaba de publicar um relatório especial intitulado "o pior do pior: as sociedades mais repressivas do mundo”, complemento ao seu inquérito anual sobre o estado mundial dos direitos políticos e as liberdades cívicas no mundo, “Liberdade no Mundo”. O relatório especial revela balanços de síntese, quadros e informações gráficas sobre os países que recebem pontuações combinadas mais baixas em termos de direitos políticos e liberdades cívicas no relatório anual “Liberdade no Mundo”, cujos cidadãos sofrem violações sistemáticas e generalizadas dos direitos humanos.
Sobre a questão do Sahara Ocidental, depois de recordar que as negociações entre a Frente Polisario e Marrocos continuam estagnadas e sem resultado tangível à vista, a Freedom House constata que "Marrocos, como força de ocupação no Sahara Ocidental, controla as eleições locais "e faz tudo " para evitar que os activistas saharauis tenham acesso aos processos políticos locais e ao Parlamento marroquino", acrescentando que "os relatórios sobre a corrupção são extensos e intermináveis", e que a população saharaui vive na pobreza, apesar do "território possuir vastos recursos naturais, como é o caso dos fosfatos, as minas de ferro, as reservas de hidrocarburantes e a pesca”.
No domínio das liberdades cívicas, a organização assinala a ausência de actividade informativa saharaui independente, dada "a sensibilidade do Estado marroquino a toda e qualquer cobertura que não se ajuste à posição oficial do Estado sobre o Sahara Ocidental ". A solução é sempre a mesma: prisão para saharauis e marroquinos e a expulsão dos estrangeiros que "informam de forma crítica sobre a questão" saharaui.
Freedom House refere que "os saharauis são tecnicamente sujeitos às leis laborais de Marrocos" e que "não existe actividade sindical no território", que Marrocos tem sido acusado de usar a força e os incentivos financeiros para alterar a composição da população do Sahara Ocidental ", sem esquecer a "discriminação jurídica e cultural "que sofrem as mulheres saharauis comparadas com as mulheres marroquinas.
(SPS)
(*) A Freedom House foi fundada em 1941 na cidade de Nova Iorque. Surgiu de uma fusão de dois grupos que tinham sido formados, com o apoio silencioso do presidente Franklin D. Roosevelt, para encorajar o apoio popular ao envolvimento americano na Segunda Guerra Mundial, num momento em que os sentimentos isolacionistas eram dominantes nos Estados Unidos.
Hoje em dia, a Freedom House é uma voz influente na definição da política externa dos EUA, ao colocar a promoção da democracia como prioridade. Representantes da Freedom House depõem regularmente perante o Congresso, fornecem relatórios ao Congresso, ao Departamento de Estado e outras agências governamentais, para além da atenção que suscita por parte dos Media.
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