O Secretariado Nacional da Frente Polisario denunciou,
ontem, domingo, a sentença proferida pelo tribunal militar marroquino contra 24
presos políticos saharauis do grupo de Gdeim Izik.
“O Secretariado Nacional considera a condenação imposta aos
ativistas saharauis dos direitos humanos ante um tribunal militar" como uma
escalada provocadora por parte do Governo marroquino, afirma-se em comunicado divulgado
ontem após a realização de uma sessão de emergência presidida por Mohamed
Abdelaziz, Presidente da RASD e Secretário-General da Frente Polisario.
O Secretariado Nacional define o julgamento como "ilegal"
e descreve as sentenças contra os presos saharauis como novas "violações do
Estado marroquino desde a sua ocupação ilegal do Sahara Ocidental, a 31 de outubro
de 1975".
Considera que este veredicto representa um ato de provocação
e um golpe contra os esforços da ONU na procura de uma "solução justa e
urgente para o conflito do Sahara Ocidental". Este julgamento "injusto"
é o resultado da ausência de um mecanismo da ONU para supervisionar os direitos
humanos no Sahara Ocidental, refere o SN da Polisario que acrescenta que "a
incapacidade da MINURSO de cumprir plenamente a sua missão abala a credibilidade
da ONU”, dado que é a única missão das Nações Unidas que não conta com um mecanismo
para a monitorização e observância dos direitos humanos.
O Secretariado Nacional faz também um apelo à comunidade
internacional a "intensificar os esforços para libertar os presos saharauis
e revelar as graves práticas de violações de direitos humanos cometidos pelo Estado
marroquino contra os saharauis".
O SN da Frente Polisario declara ainda que o julgamento "representa
um fracasso das políticas de expansão e ocupações marroquinas por um lado e, por
outro, uma vitória para o povo saharaui na sua luta legítima pela liberdade. "
O tribunal militar de Rabat condenou novo acusados do grupo de 24 presos políticos saharauis de Gdeim Izik a cadeia
perpétua, quatro a 30 anos de prisão, oito a 25 anos e 2 a 20 anos de prisão, de acordo com fontes
judiciais.
(SPS)
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