domingo, 12 de junho de 2016

Missão da ONU negoceia no Sahara o regresso de seu pessoal expulso




Uma missão técnica das Nações Unidas viajou ao Sahara Ocidental para negociar com as autoridades marroquinas o regresso do pessoal da MINURSO que foi expulso este ano por Rabat, afirmou a organização.
A visita faz parte do “diálogo em curso com Marrocos para ver como podemos aplicar a resolução do Conselho de Segurança para o regresso completo da missão à sua área de atividades”, referiu o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.

Entre os membros da equipa da ONU que se deslocou à zona figura o assessor especial do secretário-geral, Yamal Benomar, segundo confirmou o porta-voz, um diplomata que se ocupou recentemente de crises como as do Iémen ou do Burundi.

A participação de Benomar, um marroquino, não agradou à Frente Polisario, que transmitiu as suas reservas às Nações Unidas, segundo uma fonte diplomática.

A Polisario, segundo essa fonte, acredita que a intenção de Marrocos é adiar todo o processo até que no Outono seja eleito um novo secretário-geral das Nações Unidas, que deve assumir o seu cargo a partir de janeiro de 2017.


O facto do Assessor marroquino Yamal Benomar integrar a delegação da ONU a El Aaiun desagradou à Frente Polisario que manifestou reservas


Marrocos expulsou no passado mês de março 73 funcionários civis da missão da ONU no Sahara Ocidental (MINURSO) em resposta a várias declarações e gestos do atual chefe da organização, Ban Ki-moon, durante uma visita à região, considerados por Rabat como “hostis e insultuosos”.

Essa atitude provocou um forte confronto diplomático entre Marrocos e a ONU, que defende que sem esse pessoal a MINURSO não pode desenvolver as suas atividades.

O Conselho de Segurança, o órgão máximo de decisão das Nações Unidas, reclamou em finais de abril que a missão recupere a sua plena capacidade e fixou o prazo de 90 dias para voltar a analisar a sua situação.

Desde então, a ONU e Marrocos têm mantido discretos contactos sobre o regresso do pessoal, mas até ao momento não se deram alterações sobre o terreno e os expulsos não regressaram, segundo confirmou Dujarric.

A ONU criou em 1991 a MINURSO com o objetivo de realizar um referendo sobre o estatuto da ex-colónia espanhola, consulta que até agora não foi concretizada.

Marrocos apresentou uma proposta de autonomia para a o território em 2007 e considera que essa deve ser a base da negociação, enquanto a Frente Polisario insiste na necessidade de convocar quanto antes esse referendo.

Fonte: La Vanguardia / EFE

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