domingo, 11 de dezembro de 2016

14 meses de prisão para o jornalistas e ativista saharaui Walid Batal por ter participado em manifestação




Fonte: Arainfo | 7 dez, 2016 - Walid Batal foi detido há duas semanas por participar numa manifestação no bairro Sukna da cidade de Smara, onde foi acusado pelas autoridades marroquinas de “obstrução e ataque a um funcionário que estava cumprindo os seus deveres”.

O Tribunal de Primeira Instância Sala 1 de El Aaiún –cidade ocupada-, emitiu na tarde da passada segunda-feira, 5 de dezembro, uma sentença de 14 meses de prisão contra o jornalista e activista saharaui Walid Batal de 22 anos, membro da Smara News.

Simultaneamente, as autoridades libertaram durante a noite do passado domingo, 4 de dezembro, Salek Batal –pai de Walid Batal-, que foi detido no ponto de controlo a oriente de El Aaiún – território ocupado - onde foi interrogado durante quatro horas e acusado de não ter pago uma multa desde o ano de 2001. “Este tipo de mentiras é o que fazem as autoridades de ocupação para encarcerar os ativistas saharauis”, asseguram fontes próximas.

Nesse mesmo dia pela tarde, enquanto condenavam o seu o seu pai, Salek enfrentou o julgamento em que o tribunal o acusava de ter participado nas manifestações de 6 de novembro de 2009 em Smara, e de ter incitado os e as saharauis a participar nas ditas manifestações contra a ocupação marroquina. Ao finalizar o interrogatório o juiz fez-lhe saber que a sentencia tinha-lhe chegado através de mensagem para o telemóvel.

“Este tipo de casos vivem-se diariamente no Sahara ocupado dado que a violação dos direitos humanos é recorrente e sistemática. As autoridades de Marrocos têm como prática constante inventar falsas acusações contra os ativistas e toda a população saharaui”, referem.

As autoridades marroquinas proíbem Mohamed JedAhlu de visitar a sua família

As autoridades marroquinas do porto de Tânger, expulsaram para Algeciras (Espanha) o cidadão saharaui Mohamed JedAhlu depois de o terem interrogado durante horas num quartel da polícia portuária.

Mohamed JedAhlu pretendia realizar uma visita à sua irmã Sukeina, a militante saharaui ativista dos direitos humanos e presidente do Fórum Futuro da Mulher, que se encontra em estado grave depois de ter sido brutalmente espancada numa manifestação realizada há três meses em Fum Eluad (praia de El Aaiún ocupada).

Através de telefone, a Equipe Media falou com Nguia Boukhers, que lhes explicou que o irmão da ativista, depois da invasão marroquina do Sahara Ocidental no ano de 1975, teve que fugir e refugiar-se primeiro na Argélia e depois no Estado espanhol. Presentemente, Mohamed é possuidor de passaporte espanhol para poder viajar e visitar a sua família.

Mohamed foi “provocado” pela polícia marroquina pelo facto de assegurar que a sua origem era saharaui, por este motivo as autoridades de Marrocos não o deixaram entrar, embora Mohamed pretendesse unicamente visitar a sua irmã.

Refira-se que, as autoridades do reino de Marrocos, há um ano decretaram a proibição, para todos aqueles e aquelas saharauis que não tenham documento de identidade marroquino, a entrada, tanto no Sahara ocupado como no reino alauita. Esta mesma situação foi comprovada quando o reino de Marrocos expulsou da participação da COP22 a diplomata e vice-presidente do Parlamento Africano, Suelma Beiruk.

“Nestes casos, o Estado espanhol nunca tomou nenhuma medida de proteção contra as expulsões que realiza o reino marroquino de cidadãos e cidadãs espanhóis de origem saharaui, o que demonstra a cumplicidade das autoridades espanholas com a monarquia alauita, porque como bem se sabe o Estado espanhol é responsável de todos os sofrimentos causados ao povo saharaui”, sublinham.

As forças marroquinas detêm desempregados saharauis por protestarem contra a exportação ilegal dos recursos naturais

O correspondente de Equipe Media foi informado a partir de Dakhla – território ocupado - que unidades da gendarmeria marroquinas detiveram pessoas desempregadas saharauis que se manifestavam frente às portas do Centro Económico de Pesca, que se situa num povoada pesqueiro que a 70 km ao norte daquela cidade.

As autoridades marroquinas arremeteram com brutal violência contra os manifestantes saharauis, de tal modo que os obrigaram a voltar a pé até Dakhla tendo alguns sido detidos. A Coordenadora de Desempregados Saharauis convocou uma manifestação em solidariedade com os seus companheiros e companheiras para assim também poder denunciar a espoliação continua e sistemática dos recursos naturais do Sahara Ocidental. As forças marroquinas proíbem os e as saharauis de entrar em lugares onde se exportam as referidas riquezas naturais.

Segundo notícias apresentadas por alguns meios de comunicação, asseguram que a monarquia marroquina está explorando uma mina de diamantes nas cercanias da cidade ocupada de Auserd.


Fonte: AraInfo – Diario Livre de Aragão - Foto: Repórteres Sem Fronteiras

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