Fonte: Arainfo | 7 dez, 2016 - Walid Batal foi detido há duas
semanas por participar numa manifestação no bairro Sukna da cidade de Smara,
onde foi acusado pelas autoridades marroquinas de “obstrução e ataque a um
funcionário que estava cumprindo os seus deveres”.
O Tribunal de Primeira Instância Sala 1 de El Aaiún –cidade
ocupada-, emitiu na tarde da passada segunda-feira, 5 de dezembro, uma sentença
de 14 meses de prisão contra o jornalista e activista saharaui Walid Batal de
22 anos, membro da Smara News.
Simultaneamente, as autoridades libertaram durante a noite do
passado domingo, 4 de dezembro, Salek Batal –pai de Walid Batal-, que foi
detido no ponto de controlo a oriente de El Aaiún – território ocupado - onde
foi interrogado durante quatro horas e acusado de não ter pago uma multa desde
o ano de 2001. “Este tipo de mentiras é o que fazem as autoridades de ocupação
para encarcerar os ativistas saharauis”, asseguram fontes próximas.
Nesse mesmo dia pela tarde, enquanto condenavam o seu o seu
pai, Salek enfrentou o julgamento em que o tribunal o acusava de ter
participado nas manifestações de 6 de novembro de 2009 em Smara, e de ter
incitado os e as saharauis a participar nas ditas manifestações contra a
ocupação marroquina. Ao finalizar o interrogatório o juiz fez-lhe saber que a
sentencia tinha-lhe chegado através de mensagem para o telemóvel.
“Este tipo de casos vivem-se diariamente no Sahara ocupado
dado que a violação dos direitos humanos é recorrente e sistemática. As autoridades
de Marrocos têm como prática constante inventar falsas acusações contra os
ativistas e toda a população saharaui”, referem.
As autoridades marroquinas proíbem Mohamed JedAhlu de visitar
a sua família
As autoridades marroquinas do porto de Tânger, expulsaram
para Algeciras (Espanha) o cidadão saharaui Mohamed JedAhlu depois de o terem
interrogado durante horas num quartel da polícia portuária.
Mohamed JedAhlu pretendia realizar uma visita à sua irmã
Sukeina, a militante saharaui ativista dos direitos humanos e presidente do
Fórum Futuro da Mulher, que se encontra em estado grave depois de ter sido
brutalmente espancada numa manifestação realizada há três meses em Fum Eluad
(praia de El Aaiún ocupada).
Através de telefone, a Equipe Media falou com Nguia Boukhers,
que lhes explicou que o irmão da ativista, depois da invasão marroquina do
Sahara Ocidental no ano de 1975, teve que fugir e refugiar-se primeiro na
Argélia e depois no Estado espanhol. Presentemente, Mohamed é possuidor de
passaporte espanhol para poder viajar e visitar a sua família.
Mohamed foi “provocado” pela polícia marroquina pelo facto de
assegurar que a sua origem era saharaui, por este motivo as autoridades de
Marrocos não o deixaram entrar, embora Mohamed pretendesse unicamente visitar a
sua irmã.
Refira-se que, as autoridades do reino de Marrocos, há um ano
decretaram a proibição, para todos aqueles e aquelas saharauis que não tenham
documento de identidade marroquino, a entrada, tanto no Sahara ocupado como no
reino alauita. Esta mesma situação foi comprovada quando o reino de Marrocos
expulsou da participação da COP22 a diplomata e vice-presidente do Parlamento
Africano, Suelma Beiruk.
“Nestes casos, o Estado espanhol nunca tomou nenhuma medida
de proteção contra as expulsões que realiza o reino marroquino de cidadãos e
cidadãs espanhóis de origem saharaui, o que demonstra a cumplicidade das
autoridades espanholas com a monarquia alauita, porque como bem se sabe o
Estado espanhol é responsável de todos os sofrimentos causados ao povo
saharaui”, sublinham.
As forças marroquinas detêm desempregados saharauis por
protestarem contra a exportação ilegal dos recursos naturais
O correspondente de Equipe Media foi informado a partir de
Dakhla – território ocupado - que unidades da gendarmeria marroquinas detiveram
pessoas desempregadas saharauis que se manifestavam frente às portas do Centro
Económico de Pesca, que se situa num povoada pesqueiro que a 70 km ao norte
daquela cidade.
As autoridades marroquinas arremeteram com brutal violência
contra os manifestantes saharauis, de tal modo que os obrigaram a voltar a pé
até Dakhla tendo alguns sido detidos. A Coordenadora de Desempregados Saharauis
convocou uma manifestação em solidariedade com os seus companheiros e
companheiras para assim também poder denunciar a espoliação continua e
sistemática dos recursos naturais do Sahara Ocidental. As forças marroquinas
proíbem os e as saharauis de entrar em lugares onde se exportam as referidas
riquezas naturais.
Segundo notícias apresentadas por alguns meios de
comunicação, asseguram que a monarquia marroquina está explorando uma mina de
diamantes nas cercanias da cidade ocupada de Auserd.
Fonte: AraInfo – Diario Livre de Aragão - Foto: Repórteres
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