O Ministério dos Negócios
Estrangeiros (MNE) de Moçambique condenou hoje, em comunicado, a atuação de uma
comitiva de Marrocos contra uma delegação da República Árabe Saharaui
Democrática, durante uma conferência em Maputo.
O Governo moçambicano classificou
como “deplorável” o comportamento da delegação marroquina, “que revela uma
chocante falta de compostura e de respeito”, lê-se no documento.
Em causa, confrontos verbais e
físicos entre membros das comitivas dos dois países ocorridos na tarde de
quinta-feira durante a abertura da reunião ministerial da Conferência de Tóquio
para o Desenvolvimento de África (TICAD, sigla inglesa) no Centro Internacional
de Conferências Joaquim Chissano.
A República Saharaui reivindica
soberania sobre o território do Sahara Ocidental, antiga colónia espanhola que,
por sua vez, Marrocos reclama como parte do seu reino.
Como membro da União Africana, cujos
membros tiveram assento na reunião de Maputo, a República Saharaui também teve
o seu lugar.
“Não obstante este facto,
lamentavelmente, a delegação do Reino do Marrocos, completamente fora do seu
mandato, usurpou as competências dos coorganizadores e do país anfitrião ao
outorgar-se o direito de controlar os acessos (…) tendo mesmo recorrido a atos
de violência”, refere o comunicado do MNE moçambicano.
“Face a esta situação, o Governo de
Moçambique viu-se forçado a manter a ordem de modo a garantir a segurança dos
demais participantes e assegurar a realização do evento, com destaque para a
cerimónia de abertura, com a presença do Chefe de Estado de Moçambique”,
acrescentou.
Sendo Marrocos membro da União
Africana, Moçambique manifestou ainda “estranheza e repugnância por este
comportamento contra um outro membro da organização, uma violação inaceitável
dos princípios que regem o relacionamento são entre os Estados”, lê-se no
comunicado do MNE.
Os trabalhos da TICAD decorreram
entre quarta e sexta-feira da última semana, em Maputo.
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