Ecodiário.es
– 27-04-2018 - O Conselho de Segurança renovou hoje, sexta-feira, a Missão das
Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental (Minurso) durante seis meses
e exortou Marrocos e a Frente Polisário a retomar as negociações para pôr fim
ao conflito.
A decisão
está contida numa resolução adotada com doze votos a favor e abstenções da
Rússia, China e Etiópia, um documento que apela para avançar no sentido de uma
solução política “realista, viável e duradoura” para a antiga colónia Espanhola.
Além disso,
pede à Polisario que se retire “imediatamente” da zona de separação na área de
Guerguerat, no sul do Sahara Ocidental; manifesta preocupação com o plano de
transferir as atividades administrativas para Bir Lahlu, no nordeste; e pede
que se abstenha deste tipo de “ações desestabilizadoras”.
De acordo
com os Estados Unidos, promotor da resolução, a ideia central é tentar
desbloquear as negociações nos próximos meses, aproveitando os esforços empreendidos
pelo novo enviado da ONU, o ex-presidente Horst Köhler alemão.
A ênfase na
necessidade de uma solução “realista” é uma das principais novidades do texto.
Durante
anos, Marrocos argumentou que a única opção realista para acabar com o conflito
é a sua proposta de autonomia para o território, enquanto a Polisario insiste
na necessidade de realizar um referendo que inclua a independência entre as
opções.
Tradicionalmente,
as Nações Unidas apoiaram suas resoluções para uma “solução política justa,
duradoura e mutuamente aceitável que prevê a autodeterminação do povo do Sahara
Ocidental”.
Essa
linguagem permanece num dos parágrafos da resolução aprovada hoje, em que as
partes são solicitadas a retornar às negociações.
No entanto,
a inclusão proeminente do apelo por uma solução “realista” pode ser vista,
segundo fontes diplomáticas, como uma abordagem às teses marroquinas.
Esse foi
precisamente um dos pontos mais discutidos da resolução, que para países como a
Rússia ou a Etiópia era desequilibrada.
Essas
reservas levaram os Estados Unidos, o promotor do texto, a adiar até hoje a
votação originalmente prevista para quarta-feira, a fim de tentar resolver as
diferenças.
Finalmente,
esse ponto permaneceu na resolução final, cuja principal mudança em relação ao
projeto original era a renovação do mandato do Minurso por seis meses em vez de
um ano.
Isso
significa que o Conselho de Segurança terá que retornar à questão do Sahara
Ocidental em outubro próximo.
Fonte: ecodiário-
tradução Por un Sahara Libre
Ver: texto
da resolução http://undocs.org/fr/S/RES/2414(2018)
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