segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Saharauis preparam ação judicial que inviabilize Acordo Marrocos-UE

Abdelkader Taleb Omar




Argel – 04-02-2019 - O embaixador da República Árabe Saharaui Democrática (RASD), Abdelkader Taleb Omar, reafirmou no domingo que a Direção saharaui pretende apresentar uma ação nos tribunais europeus para contestar o mais recente acordo comercial entre Marrocos e a União Europeia (UE) e tomar os procedimentos legais necessários nesta área para a proteção dos recursos naturais saharauis.

Numa declaração à APS, o embaixador saharaui reiterou que o povo saharaui e a sua direção prosseguirão os seus esforços para levantar esta questão nos tribunais internacionais e europeus para encontrar a sua nulidade, uma vez que é contraditória com a lei direito internacional e as decisões do Tribunal de Justiça Europeu (TJUE).
Disse que o povo saharaui está convencido de que a justiça europeia "não pode estar em contradição consigo mesma" e irá considerar esta questão de acordo com a lei, uma vez que este acordo é "nulo, já que o povo saharaui não foi consultado através do seu único representante legal, a Frente Polisario, e não expressou, de forma alguma, acordo sobre este assunto, pelo contrário recusa e denuncia esta decisão que não tem legitimidade”.
O diplomata saharaui disse que este tipo de decisão "não serve as iniciativas políticas da ONU através do seu enviado pessoal ao Sahara Ocidental, Horst Kohler, com vista a assegurar um clima favorável para chegar a uma solução que permita ao povo saharaui exercer o direito à autodeterminação por meio de um referendo livre e transparente#.
No que diz respeito às previsões da parte saharaui sobre a intenção da UE e do ocupante marroquino de lutar pela assinatura de um novo acordo de pesca que inclua as águas territoriais saharauis, o embaixador saharaui deplorou "a pressão exercida por alguns governos europeus, incluindo França e Espanha, para que o Parlamento Europeu assine este tipo de acordo nulo e sem efeito".
O acordo comercial, recorde-se, foi adotado sem debate geral no Parlamento Europeu na sequência da rejeição do pedido apresentado pelo Grupo dos Verdes e pela Aliança Liberal no sentido da inclusão de um debate sobre o assunto prévio à votação da agenda da sessão plenária realizada em 14 de janeiro de 2019.

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