domingo, 14 de abril de 2019

Afirmações do Comissário Villarejo imputam a Marrocos a autoria dos atentados 11-M




Madrid, 13/04/2019. - (El Confidencial Saharaui) – Agências – Uma gravação do comissário espanhol José Villarejo de 2009 revela como a cúpula policial admite que os serviços secretos de Marrocos e de França propiciaram os atentados.

A cúpula policial que investigou os ataques do 11-M tinha a suspeita, nunca investigada, de que os serviços secretos de França e de Marrocos haviam participado nos atentados terroristas que ceifaram a vida de 191 pessoas em faz agora 15 anos.

De acordo com Moncloa.com, esta tese foi apoiada por vários dos responsáveis policiais do Ministério do Interior de Alfredo Pérez Rubalcaba, protagonistas de uma gravação obtida pelo jornal. "Meu critério é que foram os marroquinos com o apoio dos franceses, sem dúvida", explica o ex-comissário José Villarejo, segundo o gravação captada em dezembro de 2009.

"Eles estavam por trás", diz Juan Antonio Gonzalez, então máximo responsável de todos os operacionais da polícia judiciária em Espanha.

A gravação foi feita durante uma refeição em que participaram quatro chefes de polícia: o Comissário Villarejo - em detenção preventiva há mais de um ano por ordem da Audiência Nacional - o já mencionado Juan Antonio González, o comissário José Luis Olivera - que depois dirigiu a Unidade de Crimes Económicos (UDEF) e tornou-se diretor do Centro de Inteligência contra o Terrorismo e o Crime Organizado (CITCO) - e Eloy Quirós - responsável pela UDYCO e atual comissário geral da Polícia Judiciária.

Num momento da gravação da conversa, o comissário Villarejo dirige-se diretamente a Juan Antonio González, então número dois da Polícia.

- "Eu estive na Síria, no Líbano, recolhendo chamadas que foram feitas durante o 11-M, que mais tarde as tiveram aqui e que antes, precisamente antes, os serviços secretos franceses cortaram parte dessas chamadas Na minha opinião, depois de tudo isso, não tenho dúvida de que foram os marroquinos com o apoio dos franceses".
"Isso", reforça o comissário Olivera. A que González responde: "Estavam por detrás".

Não tenho nenhuma dúvida de que os serviços secretos marroquinos estavam metidos até ao pescoço e que os franceses lhes deram apoio logístico", continua Villarejo.

O maior atentado terrorista em Espanha
Vinte e um minutos antes das oito da manhã, três bombas explodiram num combóio que chegou a Atocha. Sete outras explodiram mais tarde noutros comboios nesse 11 de março de 2004, o dia da maior ação terrorista na Espanha, que inundou o país de solidariedade e também o abalou três dias antes de umas eleições. A política espanhola mudaria para sempre após o 11-M.
192 pessoas foram assassinadas nos atentados perpetrados por uma célula de terroristas dos serviços secretos marroquinos: 34 faleceram no combóio que explodiu na estação de Atocha; 63 tiveram o mesmo destino frente a calle Téllez; 65 na estação de El Pozo; 14 morreram devido à bomba que rebentou na estação de Santa Eugenia e 16 em diferentes hospitais, a última em 2014 após ter permanecido em coma dez anos. Mais de 1.800 passageiros ficaram feridos.


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