Madrid,
13/04/2019. - (El Confidencial Saharaui) – Agências – Uma
gravação do comissário espanhol José Villarejo de 2009 revela
como a cúpula policial admite que os serviços secretos de
Marrocos e de França propiciaram os atentados.
A
cúpula policial que investigou os ataques do 11-M tinha a suspeita,
nunca investigada, de que os serviços secretos de França e de
Marrocos haviam participado nos atentados terroristas que ceifaram a
vida de 191 pessoas em faz agora 15 anos.
De
acordo com Moncloa.com,
esta tese foi apoiada por vários dos responsáveis policiais do
Ministério do Interior de Alfredo Pérez Rubalcaba, protagonistas de
uma gravação obtida pelo jornal. "Meu critério é que foram
os marroquinos com o apoio dos franceses, sem dúvida", explica
o ex-comissário José Villarejo, segundo o gravação captada em
dezembro de 2009.
"Eles
estavam por trás", diz Juan Antonio Gonzalez, então máximo
responsável de todos os operacionais da polícia judiciária em
Espanha.
A
gravação foi feita durante uma refeição em que participaram
quatro chefes de polícia: o Comissário Villarejo - em detenção
preventiva há mais de um ano por ordem da Audiência Nacional - o já
mencionado Juan Antonio González, o comissário José Luis Olivera -
que depois dirigiu a Unidade de Crimes Económicos (UDEF) e tornou-se
diretor do Centro de Inteligência contra o Terrorismo e o Crime
Organizado (CITCO) - e Eloy Quirós - responsável pela UDYCO e atual
comissário geral da Polícia Judiciária.
Num
momento da gravação da conversa, o comissário Villarejo dirige-se
diretamente a Juan Antonio González, então número dois da Polícia.
-
"Eu estive na Síria, no Líbano, recolhendo chamadas que foram
feitas durante o 11-M, que mais tarde as tiveram aqui e que antes,
precisamente antes, os serviços secretos franceses cortaram parte
dessas chamadas Na minha opinião, depois de tudo isso, não tenho
dúvida de que foram os marroquinos com o apoio dos franceses".
"Isso",
reforça o comissário Olivera. A que González responde: "Estavam
por detrás".
Não
tenho nenhuma dúvida de que os serviços secretos marroquinos
estavam metidos até ao pescoço e que os franceses lhes deram apoio
logístico", continua Villarejo.
O
maior atentado terrorista em Espanha
Vinte
e um minutos antes das oito da manhã, três bombas explodiram num
combóio que chegou a Atocha. Sete outras explodiram mais tarde
noutros comboios nesse 11 de março de 2004, o dia da maior ação
terrorista na Espanha, que inundou o país de solidariedade e também
o abalou três dias antes de umas eleições. A política espanhola
mudaria para sempre após o 11-M.
192
pessoas foram assassinadas nos atentados perpetrados por uma célula
de terroristas dos serviços secretos marroquinos: 34 faleceram no
combóio que explodiu na estação de Atocha; 63 tiveram o mesmo
destino frente a calle Téllez; 65 na estação de El Pozo; 14
morreram devido à bomba que rebentou na estação de Santa Eugenia e
16 em diferentes hospitais, a última em 2014 após ter permanecido
em coma dez anos. Mais de 1.800 passageiros ficaram feridos.
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