domingo, 15 de novembro de 2020

Os últimos acontecimentos na frente militar e nos territórios ocupados do Sahara Ocidental

 


Segundo diversas fontes militares e da resistência saharaui no interior dos territórios ocupados por Marrocos, as últimas horas foram marcadas por violentos combates em diversos pontos do muro de defesa erigido pelas forças marroquinas e que se estende ao longo de mais de 2.500 km. Também nas cidades sob ocupação marroquina os confrontos recrudesceram entre civis saharauis e forças policiais e corpos repressivos marroquinos.

Eis o que de mais relevante aconteceu:

 

— A RASD oficializa o fim do cessar-fogo e o reínicio da luta armada

 

— O comunicado militar N.º 02 do Exército de Libertação Saharaui dá conta que nas últimas horas foram bombardeadas as bases inimigas em Echergan, Al-Bukari, Al-Mahbas (no cento do território) Mahbes (norte) e El Guerguerat(sul) . O comunicado dá conta de vários mortos e feridos entre as forças marroquinas, estes evacuados para as cidades ocupadas de Dakhla y Smara.

Os combates tem sido produzido por intenso fogo de barragem lançados por carros lança-foguetes, artilharia pesada e mísseis.

 

— Em El Aaiún e Smara, pelo menos, ocorrem pela segunda noite consecutiva manifestações e confrontos entras manifestaciones saharauis e forças dos corpos repressivos marroquinos Há vários feridos, detidos e desaparecidos.

 

— Ao longo do dia são inúmeros os jovens saharauis que se oferecem para se alistar nas forças armadas, tanto nos acampamentos de refugidos como na diáspora saharaui (Espanha, França...).


 


— A ONU e o Secretário-Geral da ONU pede à RASD que acalme as tensões.

 

— A Argélia desloca efetivos militares para a sua fronteira sudoeste que divide o seu território com o do Sahara Ocidental e Marrocos.

 

— A RASD dá 12 horas à MINURSO para que abandone o deserto do Sahara devido ao eclodir dos combates resultantes da sua demonstrada incapacidade em resolver o conflito e impor as suas próprias resoluções.

 

— Muitas organizações internacionais e países de todos os continentes manifestam tanto a condenação pelo ataque marroquino aos civis saharauis em Guerguerat, o que constituiu o despoletar dos confrontos bélicos, como a sua apreensão pelo evoluir dos acontecimentos.

 

— Em Espanha, em inúmeras cidades, têm lugar manifestações de apoio ao povo saharaui. Recorde-se que ontem, 14 de Novembro, cumpriram-se 45 anos sobre os Acordos Tripartidos de Madrid, com base nos quais a Espanha abandonou a sua colónia e a entregou à ocupação de Marrocos e da Mauritânia. Um acordo que não tem equivalente na negra história colonial e que contou com o apoio e a conivência do então rei Juan Carlos. Estes acordos ilegais não têm qualquer sustentação jurídica à luz do Direito Internacional mas constituiram o alibi para a ocupação marroquina.


 

— Noticias verdadeiras e ‘fake-news’. É difícil comprovar algumas das acções levadas a cabo pelas duas partes do conflito, mas são conhecidas as técnicas de desinformação e propaganda utilizadas por Marrocos. A mais importante ‘fake-new’ das últimas horas é a pretensa “normalidade” que reina na desimpedida brecha de Guerguerat, no extremo sul do SO, a escassos quilómetros do posto fronteiriço mauritano propalada pela máquina de intoxicação de Rabat . Qualquer leigo se interrogaria como seria isso possível estando a área sujeita a intensa barragem de artilharia das forças saharauis. A agência EFE quis lá mandar um jornalista e não teve autorização das autoridades marroquinas e esta manhã, de domingo, o correspondente do canal de televisião árabe Aljazzera, Baba Ould Horma, desmentia as falsas informações difundidas por Marrocos em reportagem realizada no posto fronteiriço mauritano onde não se registava qualquer passagem de camiões de mercadorias. Recorde-se que a brecha ilegal de Guerguerat era o ponto de escoamento privilegiado para a saída de milhares de toneladas de recursos naturais explorados ilegalmente por Marrocos e seus sócios ocidentais (espanhóis e franceses na sua maioria) na antiga colónia espanhola.

Sem comentários:

Enviar um comentário