quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Espanha e França parecem estar (deveras) preocupadas com a guerra no Sahara Ocidental

 


Preocupadas com um conflito que se arrasta há mais de quatro décadas ou com a situação que pode fazer perigar o status quo em Marrocos?

 

Eis que a ministra de Assuntos Exteriores de Espanha, Arancha González Laya, admitiu hoje, quarta-feira, e pela primeira vez, a existência de confrontos bélicos entre os dois exércitos, o saharaui e o marroquino. O comunicado da governante de Espanha, curiosamente, surge pouco tempos depois da publicação “Africaintelligence” noticiar que o presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, conversou pelo telefone com caráter de urgência com o Rei de Marrocos, Mohamed VI, e com Abdelmajid Tebboune, o presidente de Argélia - principal apoiante da Polisario.

No comunicado de imprensa, a chefe da diplomacia espanhola faz um apelo à necessidade de se abordar a deterioração da situação no Sahara Ocidental no âmbito do Processo de Paz das Nações Unidas.

A chefe da diplomacia espanhola destaca a necessidade de que as Nações Unidas nomeiem um novo enviado para o Sahara Ocidental antes de que seja demasiado tarde, referindo-se à escalada bélica atual no Sahara Ocidental.

A ministra espanhola expressa ainda a sua "preocupação" pela situação no Sahara Ocidental, e pede às Nações Unidas que intensifiquem os esforços para preservar a paz no Sahara Ocidental.

A dirigente espanhola renova, no comunicado, a posição do seu país no apoio aos esforços das Nações Unidas para chegar a solução entre as dus partes do conflito, Marrocos e a Frente Polisario.

Já os telefonemas de Macron aos principais líderes de Marrocos e da Argélia, cujo conteúdo, como é habitual, não foi revelado, têm lugar depois do ataque das tropas do Exército Popular Saharui à brecha ilegal de El Guerguerat e dois dias depois do ataque surpresa de unidades do ELPS a bases do ecército real em pleno território marroquino. Segundo peritos políticos e militares ouvidos pelo orgão “Africaintelligence” o motivo principal dos telefonemas da Macron foi acalmar a situação a favor do regime marroquino, principal aliado da França na região.

Fonte: ECSaharaui

 

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