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Mohamed El-Ouali Akeik |
(APS) 12-11-2021 - O [recém empossado] Chefe do Estado-Maior do Exército Saharaui, Mohamed El-Ouali Akeik, disse que o exército saharaui está totalmente pronto para libertar todos os territórios saharauis ocupados e recuperar a independência, apelando a todas as empresas comerciais para que não invistam nos territórios ocupados "sendo uma zona de guerra e insegurança.
Numa declaração à APS [agência de notícias argelina] por ocasião do primeiro aniversário da violação do cessar-fogo por Marrocos a 13 de Novembro de 2020 em El Guerguerat, Mohamed El-Ouali Akeik afirmou que o exército saharaui celebra este aniversário como "vencedor" e isto desde o reinício da 2ª Guerra de Libertação, onde infligiu ao ocupante perdas humanas e danos materiais consideráveis.
Disse que o exército saharaui está pronto a continuar a luta armada até à recuperação da independência, comprometendo-se a "estender a batalha para além do muro de separação".
O líder militar saharaui, que tomou posse como chefe do exército saharaui há quase uma semana, disse que a última decisão do Conselho de Segurança da ONU foi "uma grande decepção" para o povo saharaui, porque mostrou que não há vontade de descolonizar a última colónia em África. Assim, o povo saharaui não tem outra escolha senão continuar a escalada militar", acrescentou.
Afirmou que o exército saharaui está pronto a prosseguir a luta armada até à recuperação da independência, comprometendo-se a "estender a batalha para além do muro de separação".
Depois de afirmar que o exército saharaui está, mais do que nunca, pronto para "fazer sacrifícios pelo seu país e a lutar contra o ocupante seja qual for a força das suas alianças ou o desempenho das armas e tecnologias que detém, o mesmo oficial disse: "o pior ainda está por vir para o exército de ocupação marroquino que acumula derrotas”.
Mohamed El-Ouali Akeik expressou surpresa pelo facto de Marrocos continuar a negar a existência de uma guerra no Sahara Ocidental, enquanto os meios de comunicação internacionais retransmitiram, com imagens e vídeos, as batalhas que se desenrolam no Sahara Ocidental.
"O exército de ocupação encontra-se num verdadeiro impasse devido às perdas que sofre diariamente e foi obrigado a recorrer aos seus aliados históricos, nomeadamente França e Israel, que lhe fornecem as mais modernas tecnologias, informação e apoio financeiro", disse o oficial saharaui, sublinhando que, apesar disso, “Marrocos não conseguiu enfrentar a luta saharaui”.
Apelo às empresas comerciais para que não invistam nos territórios ocupados
O regresso do povo saharaui à guerra não foi uma escolha, mas um dever, após longos anos de espera em que utilizaram todos os meios para exercer o seu direito à autodeterminação e soberania sobre todos os territórios ocupados, em conformidade com o direito internacional, disse o Chefe d Estado Maior saharaui.
Em 1991, o povo saharaui aceitou assinar o acordo de cessar-fogo com o ocupante marroquino após 16 anos de combates, em troca da organização do referendo de autodeterminação. Mas, 30 anos mais tarde, Marrocos continua a prevaricar e a obstruir a organização deste referendo, que aprovou, disse.
Durante a primeira guerra de libertação, Marrocos aceitou reconhecer o direito do povo saharaui à autodeterminação contra a assinatura do acordo de cessar-fogo, após o seu amargo fracasso e a sua incapacidade de enfrentar os combatentes saharauis no terreno, afirmou.
"A comunidade internacional permanece passiva face à obstinação de Marrocos em desrespeitar os compromissos internacionais, numa tentativa aviltante de impor um facto consumado em conivência com os seus aliados coloniais", adiantou.
A experiência do povo saharaui com o cessar-fogo de 1991 abalou a sua confiança na ONU e no Conselho de Segurança, pois apesar das decisões e recomendações que apoiam o seu direito à independência e à exploração das suas riquezas, nada foi conseguido no terreno devido à transgressão da legalidade internacional pelo Makhzen com a proteção dos seus aliados dentro e fora do Conselho de Segurança, acrescentou.
["Em 1991, o povo saharaui aceitou assinar o acordo de cessar-fogo com o ocupante marroquino após 16 anos de combates, em troca da organização do referendo de autodeterminação. Mas, 30 anos mais tarde, Marrocos continua a prevaricar e a obstruir a organização deste referendo"]
O Chefe do Estado-Maior do Exército saharaui apelou à comunidade internacional e às empresas comerciais para não investirem nos territórios ocupados do Sahara Ocidental porque "é uma zona de guerra e insegurança", especialmente porque as terras e riquezas saharauis pertencem exclusivamente ao povo saharaui.
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