13-11-2021 - Madrid (ECS).- Milhares de pessoas manifestaram-se hoje em Madrid para exortar o governo espanhol a tomar uma posição "clara e firme" contra a "ocupação ilegal" do Sahara Ocidental por parte de Marrocos.
A grande manifestação convocada pela Coordinadora Estatal de Asociaciones Solidarias con el Pueblo Saharaui (CEAS) começou pouco depois do meio-dia no centro de Madrid, com gritos e slogans a favor da independência do povo saharaui.
Às 12:05, finalmente, arrancou, encimada por uma faixa "Não aos acordos de Madrid", "Parem a violação dos direitos humanos no Sahara Ocidental", atrás da qual marchou o delegado da Frente Polisario em Espanha, Abdulah Alarabi, e políticos espanhóis de vários grupos parlamentares, assim como representantes do mundo da cultura e da sociedade civil espanhola.
Os participantes, na sua maioria vindos de fora de Madrid, levavam bandeiras do Sahara Ocidental com o slogan "Não aos acordos de Madrid".
Os ativistas saharauis juntamente com políticos e atores exigiram que a ONU, a UE e o governo espanhol adotem medidas face à "violação dos direitos humanos" por parte de Marrocos e apelaram ao cumprimento das resoluções ditadas pelo Conselho de Segurança da ONU, bem como o direito à autodeterminação do povo saharaui.
A tradicional manifestação de apoio ao povo saharaui recebeu o apoio de milhares de espanhóis, apelando ao governo PSOE para oferecer uma solução para a disputa de que este território está pendente de descolonização há meio século com Marrocos. Após quase um ano desde que Marrocos violou o cessar-fogo, e imersos num contexto internacional de incerteza típico de uma grande recessão económica, os Saharauis têm uma grande oportunidade de demonstrar o seu grande interesse e desejo de abrir uma via legal que permita a descolonização do território do Sahara Ocidental. É de notar que uma escalada da guerra poderia ter repercussões negativas na estabilidade do Magrebe e na vida de milhares de saharauis que sofrem diariamente a repressão do regime alauita.
A luta do povo saharaui, que tem hoje um grande impacto mediático, continua mais do que nunca na agenda internacional. Nos últimos meses, ocorreram acontecimentos que mantêm vivas as esperanças do único povo africano que ainda não passou pelo processo legítimo de descolonização, sendo o Estado espanhol responsável pelo sofrimento de todo um povo, abandonando e traindo o seu direito à autodeterminação e à independência.
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